Um quinto manifestante morreu depois de dois dias de confrontos com a polícia peruana, afirmaram as autoridades, Quinta-feira (5), enquanto o presidente Ollanta Humala era alvo de críticas pela repressão ao protesto contra uma mina de ouro de 5 bilhões de dólares proposta pela Newmont.
Humala, que já foi militar, afirma que a mina deve gerar milhares de empregos e uma enorme receita em impostos na região norte de Cajamarca.
Até agora, ele não comentou sobre a violência desta semana. Os seus ministros suspenderam a liberdade de associação para reprimir os protestos e os parlamentares da oposição pediram que a polícia actue com mais moderação.
Os confrontos desta semana, os primeiros em oito meses de protestos contra a mina, devem intensificar os pedidos para que Humala substitua o primeiro-ministro Oscar Valdés, quando os líderes peruanos normalmente mudam o governo por volta de 28 de Julho, Dia da Independência do Peru.
Valdés, que foi um dos instrutores de Humala nas Forças Armadas, liderou a repressão aos protestos contra a mina em Novembro. Na época, ele era ministro do Interior e depois foi promovido.
O líder de esquerda Marco Arana, ex-padre católico que tem promovido as manifestações para deter a construção de uma das maiores minas da história peruana, foi libertado da custódia da polícia depois de um vídeo divulgado na TV local ter mostrado imagens da sua prisão e de agressões da polícia contra si, Quarta-feira (4).
Acredita-se que Arana tenha ambições presidenciais. Ele e seus aliados de esquerda afirmam que Humala inclinou-se muito para a direita desde que assumiu o poder e que colocou os interesses das mineradoras internacionais acima dos camponeses pobres.
Os que são contra a mina afirmam que ela causaria muita poluição, prejudicaria o abastecimento de água e não geraria benefícios suficientes à economia local.
Humala assumiu a Presidência do Peru há um ano, pedindo mediação para resolver centenas de disputas em todo o país por causa dos recursos naturais, mas perdeu paciência com os manifestantes e suspendeu as liberdades civis para reprimir os protestos pelo menos três vezes.