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Obituário: Morre no Rio o escritor João Ubaldo Ribeiro, aos 73 anos

O escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro morreu aos 73 anos na madrugada desta sexta-feira na sua casa no Rio de Janeiro em decorrência de uma embolia pulmonar.

João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro nasceu em Itaparica, na Bahia, em 23 de janeiro de 1941, e era casado com Berenice de Carvalho Batella Ribeiro, com quem tinha um casal de filhos. Do casamento anterior com Mônica Maria Roters, teve duas filhas.

Ele se formou em Direito pela Universidade Federal da Bahia, por influência da família, mas não chegou a exercer a advocacia. Era também pós-graduado em Administração Pública pela UFBA e mestre em Administração Pública e Ciência Política pela Universidade da Califórnia do Sul (Estados Unidos).

Foi professor universitário, repórter, chefe de reportagem, editorialista, editor e colunista de jornais, entre outras atividades. Escrevia também uma coluna para o Frankfurter Rundschau, na Alemanha, e era colaborador de diversos jornais e revistas no Brasil e exterior.

João Ubaldo inspirou-se em Monteiro Lobato ainda na infância e ao longo da vida escreveu vários livros. Entre as obras mais renomadas estão Sargento Getúlio, Viva o Povo Brasileiro, A Casa dos Budas Ditosos e O Sorriso do Lagarto.

Na sua biografia, a Associação Brasileira de Letras destaca que Sargento Getúlio, publicado em 1971, consagrou João Ubaldo e a sua obra como um marco do moderno romance brasileiro, reconhecida pela crítica como uma vertente literária que sintetiza o melhor de Graciliano Ramos e o melhor de Guimarães Rosa. Ele escreveu romances, contos, ensaios, crônicas e literatura infantil.

As suas obras foram traduzidas para 12 idiomas. “Ele era um grande sucesso como pessoa, amigo e escritor. Ele por si só era um número, um espetáculo à parte e um grande contador de história. Estamos todos tristes”, declarou o escritor e jornalista Zuenir Ventura.

Entre os prémios e distinções recebidos por João Ubaldo destacam-se dois Jabutis, da Câmara Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente para o Melhor Autor e Melhor Romance do Ano, pelo romances Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro; Prémio Anna Seghers, em 1996 (Mogúncia, Alemanha); Prêmio Die Blaue Brillenschlange (Zurique, Suíça); Prêmio Lifetime Achievement Award, em 2006; e o Prêmio Camões, em 2008.

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