Fiorenzo Magni, um dos maiores e mais polémicos nomes da era de ouro do ciclismo italiano pós-guerra, morreu, Sexta-feira (19), aos 91 anos.
O toscano, que há apenas uma semana lançou um livro sobre as suas conquistas no desporto, venceu o Giro D’Italia em 1948, 1951 e 1955. Magni, que filiou-se ao Partido Nacional Fascista de Mussolini em 1943, era a “terceira via” da época de ouro do ciclismo italiano, num tempo de rivalidades entre Gino Bartali e Fausto Coppi.
“É com grande pesar que a Associação Italiana de Ciclistas de Corrida Profissionais diz adeus a Fiorenzo Magni”, afirmou o órgão numa declaração.
“Um grande campeão e homem, e um dos fundadores desta associação em 1946. Dizemos adeus com lágrimas nos olhos, agradecendo-o pelo que teve êxito em fazer.” Magni foi presidente da associação entre 1969 e 1982.
O ciclista talvez será mais lembrado por um extraordinário acto de coragem no Giro de 1956, quando quebrou a clavícula e continuou a corrida. Ele amarrou uma corda a sua bicicleta e, segurando-a com os dentes para lhe dar alavancagem na pedalada, terminou a corrida de forma surpreendente em segundo lugar na colocação geral.
Uma figura controversa, Magni foi acusado de trapacear na sua primeira vitória no Giro. Magni foi banido do ciclismo em 1946 e depois julgado por supostamente lutar contra partisanos durante o chamado “massacre de Valibona”, na região da Toscana.
Ele negou ter participado dos assassinatos, apesar de ter admitido participar de uma milícia fascista. Magni foi absolvido das acusações.