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Moradores de Aleppo dividem-se sobre os rebeldes sírios

Na Aleppo rebelde, não há lugar para luzes coloridas nem para multidões de consumidores lotando os mercados no mês sagrado do Ramadão. O lixo acumula-se nas calçadas, e algumas pessoas passam apressadas, com semblante carregado. Embora alguns moradores da maior cidade síria celebrem a chegada dos rebeldes, outros parecem receosos com os esfarrapados combatentes que dominaram alguns bairros.

Aleppo, uma cidade antiga, com cerca de 2,5 milhões de habitantes, havia ficado relativamente afastada do conflito iniciado há 16 meses na Síria, onde rebeldes tentam derrubar o governo de Bashar al-Assad. Mas, este mês, a revolta finalmente chegou a Aleppo, com a chegada de rebeldes do interior decididos a “libertar” o maior pólo económico da Síria.

O Exército respondeu bombardeando algumas áreas com artilharia, morteiros e disparos de helicópteros.

Nalgumas favelas da periferia, homens com tradicionais túnicas brancas aglomeram-se entre as casas de blocos para discutir a situação, enquanto suportam as últimas horas do jejum diário exigido do Ramadã, que vai de manhã ao pôr do sol.

Alguns mostram-se contentes por estarem sob o controle da oposição, mas admitem que a liberdade tem sido menos confortável do que eles esperavam.

“Eu diria que 99,9 por cento das pessoas não está a jejuar. Como dá para jejuar a escutar morteiros e artilharia a atingirem áreas próximas, e a te perguntares se serás o próximo?”, disse Jumaa, 45 anos, operário da construção civil com profundas rugas a marcarem o seu rosto.

“Praticamente não temos água nem energia, as nossas esposas e filhos deixaram-nos aqui para cuidar da casa e foram para algum lugar mais seguro. É um Ramadão.”

Apesar disso, Jumaa está animado por ver os rebeldes nas ruas da segunda maior cidade síria.

“O meu moral está elevado. Vê-los pela minha porta faz-me sentir que o regime está finalmente a cair.”

Encurvado na soleira vizinha, o seu vizinho discorda. “Tudo o que temos agora é o caos”, resmunga Amr. Alguns homens contestam irritados. “Mas eles estão a lutar para livrar-nos da opressão”, diz um.

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