O empresário moçambicano Momade Bashir Sulemane (MBS) foi raptado no princípio da tarde desta quarta-feira (12) na baixa da cidade Maputo, nas imediações de um dos seus estabelecimentos comerciais, o Maputo Shopping Center, localizado ao lado do Gabinete do Primeiro-Ministro de Moçambique e a poucos quarteirões da 1a esquadra da Polícia.
Segundo a Agência de Informação de Moçambique, o rapto ocorreu no recinto do Maputo Shopping Centre e envolveu três indivíduos de raça negra munidos de duas armas de fogo do tipo AKM e que conduziam uma viatura de marca Toyota Prado?, disse, para de seguida acrescentar que ?não foi possível tirar a chapa de matrícula e os raptores fugiram em direcção a avenida da marginal?. Entretanto uma testemunha ocular, que presenciou o evento, conta uma versão ligeiramente diferente.
Em declarações à imprensa que acorreu ao local, a testemunha disse que o grupo de raptores era composto por quatro indivíduos, dos quais ?três de origem asiática e um de raça negra?. Prosseguindo, a mesma fonte disse que os raptores chegaram ao local no período da manhã, onde ficaram a aguardar por uma melhor oportunidade para sequestrar a sua vítima. Aliás, como forma de tentar desviar as atenções e fazer tempo, aproveitaram a longa espera para mandar lavar a sua viatura.
MBS, que se auto intitula “empresário de sucesso fruto do meu trabalho desde os nove anos de idade”, é um simpatizante do partido Frelimo e tem participado activamente no financiamento do partido do Governo em Moçambique. Publicamente financiou a campanha de eleição, e também da reeleição, do actual Presidente Armando Guebuza. Este ano participou num jantar de angariação de fundos para a campanha do candidato Presidencial do partido Frelimo, Filipe Nyusi.
O empresário, de 56 anos, foi classificado pelo Governo norte-americano como um “barão da droga”, em 2010, tendo o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos congelado todos os bens que possuía neste país e proibido empresas norte-americanas de manterem relações comerciais com o Grupo MBS Lda, que detém o Maputo Shopping Centre, entre outras acções. Os Estados Unidos acusaram o empresário de importar droga da Índia e do leste da Ásia, transitando por Moçambique, com destino à Europa.