O Ferroviário de Maputo empatou diante do HCB de Songo e perdeu a oportunidade de reduzir para dois pontos a desvantagem em relação ao líder Maxaquene, que também não foi para além de um empate sem abertura de marcador, no sábado (27), contra o Costa do Sol. Numa situação bastante complicada está o Grupo Desportivo de Maputo que já prepara o seu adeus à primeira divisão futebolística do país, pela primeira vez na história do futebol moçambicano pós-independência.
O Maxaquene selou um ciclo de três jornadas consecutivas sem vencer e nem marcar golos no Campeonato Nacional de Futebol da 1ª divisão, o Moçambola, uma situação complicada, sobretudo quando se trata de uma equipa que está bem lançada para a conquista do título. Porém, com alguma sorte não viu o seu principal perseguidor, o Ferroviário de Maputo, aproximar-se, estando agora a uma vitória e dois empates de se sagrar campeão.O clássico de sábado, que juntou no campo do Costa do Sol a equipa canarinha e o líder Maxaquene, não passou de um jogo de futebol morno que defraudou as expectativas dos adeptos que esperavam (ansiosamente) que se valorizasse o termo “clássico”.
Ainda que o Costa do Sol tivesse apresentado um futebol brilhante e fora do normal para aquilo que se conhece do Moçambola, faltou o essencial: golos.
Ao longo dos primeiros 45 minutos, por exemplo, destacam- se apenas dois remates direccionados à baliza e ambos pertencentes ao Maxaquene, aos minutos 41 e 45, por intermédio de Felipe Andrade. O Costa do Sol, por sua vez, preocupou-se apenas em desenvolver jogadas bonitas acentuadas pela sua vontade de invadir a área contrária, mas cometendo erros, alguns dos quais infantis.
Na etapa complementar da partida, a equipa canarinha subiu de nível e subjugou por completo o Maxaquene que nem sequer conseguia manter o esférico na sua posse, visto que os pupilos de Diamantino Miranda souberam protegê-lo de forma inteligente, mas sem produzir resultados animadores.
O jogo terminou tal como iniciou, ou seja, com o nulo a prevalecer, resultado que só não penalizou o Maxaquene porque no domingo houve quem na Machava anulou o resultado que se registou no campo do Costa do Sol.
Ferroviário não aproveitou mesmo
O jogo do Estádio da Machava foi todo ele de sentido único, literalmente em direcção à baliza do guarda-redes Xico. O Ferroviário de Maputo jogou praticamente todos os noventa minutos atrás do golo e tentou de todas as maneiras possíveis e imaginárias abrir o marcador. Contudo, não soube vencer o obstáculo que estava instalado à frente das redes do HCB de Songo.
Com a luta pelo título relançada após o empate do Maxaquene, a locomotiva da capital tinha a oportunidade ímpar de incomodar o líder e/ou retratar-se do que sucedeu no passado quando se distanciou completamente da liderança de forma incrível. Motivação para fazer uma boa partida foi o que não faltou à turma comandada por Nacir Armando.
Liga goleia e alvi-negros dependentes de milagres
A Liga Muçulmana recebeu e goleou o Têxtil de Púnguè por 4 a 0 com um hat-trick de Sonito aos minutos 45, na conversão de uma grande penalidade, e à passagem dos 61 e 88, tornando-se para já o melhor marcador da competição, com nove golos. O médio esquerdo Josimar foi o autor do quarto e último tento dos muçulmanos.
Já no domingo, o Desportivo de Maputo, agora na 12ª posição, perdeu diante do Ferroviário de Nampula por 1 a 0 e certificou-se de que o caminho a seguir neste momento é o da despromoção, uma vez que com o empate do Chingale de Tete diante do Vilankulo FC (0 – 0), a diferença pontual para com o 11º classificado subiu para quatro, a três jornadas do fim da competição.
