Moçambique poderá produzir, a breve trecho, sistemas fotovoltaicos (painéis solares), contribuindo para a redução dos elevados custos de importação destes aparelhos de captação e transformação da energia solar em energia eléctrica.
Para o efeito, já foi inclusive lançada a primeira pedra para a construção da unidade de produção que se vai situar no Parque Industrial de Beluluane, província de Maputo, e o investimento inicial necessário rondava os 10 milhões de dólares norteamericanos.
O Ministro da Energia, Salvador Namburete, disse, esta sexta-feira, em Maputo, que o projecto de construção da futura fábrica de painéis solares está a trilhar, agora, uma das etapas previstas, depois do lançamento da primeira pedra em Dezembro de 2009. Enquanto os arquitectos, engenheiros e os desenhadores trabalham na finalização do projecto de construção o governo, segundo Namburete, desdobra-se na mobilização de financiamentos que serão usados na concretização do futuro empreendimento.
“Não podemos falar em orçamento definitivo, embora o pacote inicial estava avaliado em 10 milhões de dólares americanos, isso foi há dois anos, mas a subida do preço dos combustíveis nos últimos anos tem se reflectivo no preço dos materiais para a fábrica” explicou Namburete.
Quando o ministério, através do Fundo de Energia (FUNAE), tiver o formato definitivo da futura unidade de produção estará em condições de estimar o custo real que não será, segundo o ministro, inferior a 10 milhões de dólares. Contudo, o titular da pasta da energia garantiu que a existência de uma fábrica de painéis contribuirá para a redução do custo destas unidades e a sua massificação, isto é, permitirá que maior número de famílias moçambicanas possa ter dinheiro para a compra um, dois ou três painéis solares, em função dos seus rendimentos e necessidades.
A montagem de painéis solares no país permitirá, por outro lado, o uso da energia, água e mão-de-obra moçambicanas, até de os materiais para fazer a estrutura do caixilho onde se encaixará o painel serão adquiridos no mercado moçambicano. Estas e outras conquistas, constituem, segundo o ministro, um valor acrescentando à economia do país, uma vez que os custos de importação são extremamente elevados, porém o fabrico no país possibilitará, sem a menor sombra de dúvida, uma gestão sustentável destes aparelhos.
“A nossa batalha é importar aquilo que não conseguimos produzir neste momento, estamos a falar da própria célula solar e os outros componentes mas temos esperança que as indústrias locais, a nossa capacidade local, engenheiros e operários possam fabricar no país e possam incorporar”, sublinhou Namburete.
Questionado sobre o custo e o tempo de vida de um painel, o titular da pasta da energia disse variar, regra geral, com o tamanho, porquanto alguns servem apenas para alimentar um rádio, há aqueles só dão para alimentar uma geleira ou um congelador e aqueles que podem alimentar aparelhos de maior consumo, daí que é difícil falar de um preço único.
Porém eles têm um tempo de vida estimado em 25 anos. A aposta nas energias renováveis foi tónica dominante na Cimeira da Terra havida, em 2002, na cidade sul-africana de Joanesburgo sobre o Desenvolvimento Sustentável, organizada pelas Nações Unidas e juntou pouco mais de 600 individualidades para reflectir sobre o futuro do planeta.