Moçambique pretende aumentar a produção de açúcar em 29,4 por cento até 2014, segundo anunciou, Terça-feira última, a associação nacional de produtores de açúcar (APAM).
“O plano é de aumentar a produção de açúcar das actuais 425 mil toneladas para 550 mil toneladas anuais, até 2014”, disse o Presidente da APAMO, Rosário Cumbe, falando a jornalistas em Xinavane, distrito da Manhiça, província sulista de Maputo.
Moçambique possui um total de quatro açucareiras, sendo a de Xinavane a maior de todo o país, com uma produção anual de 183 mil toneladas.
Este ano, o país tenciona exportar 203 mil toneladas métricas de açúcar, o que poderá gerar receitas no valor de 91 milhões de dólares americanos.
Com o aumento da produção até 2014, as exportações também poderão subir ascendendo a meta de 300 mil toneladas métricas em 2015.
Entretanto, países produtores de açúcar estão preocupados com o novo regime adoptado pela União Europeia (UE) que, entre outros aspectos, incluiu uma redução do preço deste produto, o que vai certamente resultar numa diminuição considerável nas receitas de exportação.
Esta preocupação foi manifestada durante a 12/a conferência ministerial do grupo África Caraíba e Pacífico (ACP) sobre o Açúcar, realizada em Maputo de Domingo a Terça-feira última.
Falando durante a visita dos delegados desta conferência a Açucareira de Xinavane, o vice-Ministro da Indústria e Comércio, Kenneth Marizane, disse que durante este encontro “ficou claro que a UE vai introduzir melhorias significativas no regime açucareiro”.
Assim, o governante disse que o importante é as açucareiras continuarem a aumentar a sua produção e exportações. “O nosso desafio em Moçambique é aumentar a produção e também passarmos a produzir açúcar branco”, disse ele.
Actualmente, Moçambique exporta o seu açúcar ainda castanho, que, como se sabe, ainda serve como matéria-prima. O subsecretário-geral do grupo ACP, Achille Bassilekin, manifestou-se optimista na melhoria do mercado do açúcar.
“O plano de acção de Maputo apresenta o cometimento nessas áreas em negociar com a UE. Existe um roteiro sobre como melhor tirar as vantagens da produção de açúcar”, disse Bassilekin, apontando o aumento e melhoria da produção e os efeitos das mudanças climáticas como os maiores desafios enfrentados nesta área.
Para o caso de Moçambique, Rosário Cumbe, que é igualmente director-geral da Açucareira de Xinavane, disse que o desafio é alargar o mercado para além da UE.
“Estamos a olhar para todo o mundo e para além de aumentar os volumes de produção, também pretendemos explorar outros benefícios da cana-de-açúcar, como a produção de etanol, por exemplo”, disse ele.