Moçambique produz apenas cinco porcento das suas necessidades anuais de trigo, revelou o ministro da Agricultura, o antigo líder sindical moçambicano Soares Nhaca, acrescentando que “o consumo nacional de trigo é de 437 mil toneladas por ano e o país produz 22 mil toneladas, o que significa um défice de cerca de 400 mil toneladas”.
Esses números sugerem claramente que o país poderá não alcançar as metas estabelecidas no Plano Nacional de Produção de Alimentos, aprovado em 2008, que dentre vários aspectos, prevê reduzir para metade as importações de trigo e eliminar as de arroz até ao próximo ano.
Daqui para o próximo ano só falta uma campanha agrícola a iniciar no próximo mês.
O mesmo falhanço poderá verificar-se no concernente ao arroz, uma vez que actualmente o país produz apenas 257 mil toneladas das 527 mil toneladas que constituem a totalidade do consumo nacional por ano.
Nhaca acrescentou que Moçambique ainda não é autosuficiente em outros produtos básicos alimentares como cebola, frango e tomate.
Com efeito, neste momento, Moçambique produz 185 mil toneladas de tomate das 276 mil toneladas anuais consumidas em todo o país. No que se refere à cebola o défice é de 62 mil toneladas, uma vez que só se produz 68 mil toneladas das 130 mil consumidas por ano.
Segundo o governante, Moçambique não está longe de eliminar a sua dependência quanto à importação do frango, uma vez que, actualmente, a produção nacional deste bem alimentar é estimada em 48 mil toneladas, das 54 mil toneladas consumidas por ano.
“Neste momento, de acordo com as informações mais actualizadas, o país é auto-suficiente em três principais produtos, designadamente o milho, mandioca e açúcar. Conseguimos produzir esses bens mais do que as nossas necessidades”, disse o governante, dois dias depois de o país ter passado por um dos momentos mais violentos da sua história nos últimos 18 anos, precisamente por causa de problemas alimentares.