O Presidente Filipe Nyusi propagandeou que Moçambique recebeu 3 milhões de turistas em 2018, o primeiro-ministro destacou receitas de centenas de milhões de dólares mas o Instituto Nacional de Estatística (INE) contabilizou apenas 638.676 hóspedes que dormiram estabelecimentos de alojamentos no nosso país.
“O turismo, uma das quatro áreas prioritárias, registou uma evolução na contribuição para o PIB, passando de 2,3 por cento, em 2015, para 3,5 por cento, em 2018 (…) recebemos quase 3 milhões de turistas, no nosso País, um aumento de 64 por cento” afirmou o Presidente da República durante o seu Informe sobre o Estado da Nação.
Na semana passada o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, destacou o “aumento do número de chegadas internacionais de turistas que visitam o nosso país onde se verificou a entrada de 2,8 milhões de turistas, em 2018, contra 1,6 milhões em 2015; Arrecadação de 241.8 milhões de dólares americanos, em 2018, contra 196 milhões de dólares americanos em 2015”.
Contudo o Anuário de 2018 publicado nesta terça-feira (05) pelo INE indica que o total de dormidas em estabelecimentos hoteleiros no nosso país foi de apenas 638.676, dos quais 338.882 moçambicanos e 299.794 estrangeiros, uma redução quase 10 por cento comparativamente aos 702.260 hóspedes registados em 2017.
Para além da retórica política e da habitual tentativa de empolar as “realizações” a diferença está no processo de aferição sobre quem são os turistas. O Instituto Nacional de Estatística baseia-se na organização mundial do sector que define como turista toda aquela pessoa que se desloca para fora da sua área de residência por um período de mais de 24 horas e menos de um ano e que pernoita num determinado destino. Portanto contar quem passa pelas fronteiras ou sentado na praia não é o bastante.
Os número do INE indicam, tal como o @Verdade havia revelado, que o maior número de turistas foi registado na Cidade de Maputo, seguido pela Província de Maputo, depois a Província da Zambézia e só em quarto lugar a Província de Inhambane.