Os governos de Moçambique e do Botswana assinaram, esta Quinta-feira, em Maputo, um total de 10 memorandos de entendimento visando reforçar a cooperação dos dois países em diversas áreas de interesse comum.
Os acordos foram assinados por quatro ministros dos dois governos, num acto que teve lugar na Presidência da República e que foi testemunhado pelo estadista moçambicano, Armando Guebuza, e o seu homólogo tswana, Seretse Ian Khama, que se encontra de visita de Estado de três dias a Moçambique.
Trata-se de acordos que cobrem as áreas de energia, agricultura, saúde animal, mulher e acção social, educação, meio ambiente, cultura e ciência e tecnologia.
A maioria dos acordos foi assinada pelos ministros dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, em representação do governo moçambicano, e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Botswana, Phandu Skelemani.
Contudo, o acordo sobre o fornecimento de energia e combustíveis ao Botswana foi rubricado pelo ministro da Energia de Moçambique, Salvador Namburete, e o titular da pasta de Mineração, Energia e Recursos Hídricos do Botswana, Phonatshego Kedikilwe.
Falando em conferência de imprensa realizada momentos após a assinatura destes memorandos, Paulo Zucula explicou que são vários os compromissos assumidos pelos dois governos.
Na área económica, por exemplo, ele apontou a existência de vários projectos, sobretudo em infra-estruturas consideradas vitais para as duas economias.
“Moçambique comprometeu- se a melhorar o fornecimento de energia e combustíveis ao Botswana”, disse Zucula, apontando igualmente o compromisso dos dois governos de avançar com o projecto de construção de um porto de águas profundas na província de Maputo.
Esses projectos económicos foram também destacados pelo ministro tswana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, na sua intervenção durante a mesma conferência de imprensa.
“Há duas áreas em que gostaria de realçar a sua importância: as de transporte e energia”, disse Phandu Skelemani, acrescentando que “nós iremos ter cinco milhões de metros cúbicos de diesel, por ano, a partir de Moçambique. Na área de transportes, queremos um porto de águas profundas”.
Refira-se que este projecto de construção do porto de águas profundas em Techobanine, distrito de Matutuíne, província de Maputo, foi reactivado no ano passado, tendo sido assinado um memorando de entendimento para o seu desenvolvimento.
Além do porto com capacidade para receber navios de passageiros e de carga diversa, incluindo petroleiros, o projecto também estabelece a construção de uma linha-férrea de 1.100 quilómetros, ligando Moçambique e Botswana, passando por Zimbabwe.
Agora o Botswana anunciou a sua pretensão de construir um pipeline a partir deste porto, mas ainda não se sabe qual será o investimento necessário para esse efeito, sabendo-se, até agora, dos sete biliões de dólares que serão necessários para a construção do porto e linha-ferrea.
“Esses são o grandes projectos que queremos lidar com eles”, disse o ministro tswana.