Moçambique e Guiné-Bissau estão entre os países da África Sub-sahariana que, no período de 2001 a 2009, obtiveram uma quebra superior a 25 por cento na quantidade de novas infecções pelo HIV, divulgou o Órgão das Nações Unidas para o HIV e Sida (ONUSIDA).
Outros países africanos, 22 no total, também registaram esta diminuição, como Botswana, Burkina Faso, África do Sul, Rwanda, Serra-Leoa, Etiópia, entre outros.
Os novos dados do ONUSIDA, divulgados no dia 17, reflectem um progresso significativo na execução do sexto dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) – que é reverter a propagação do HIV até 2015, já que as infecções pelo vírus estão a reduzir ou a estabilizar em muitas partes do mundo.
No entanto, a Europa do Leste e a Ásia Central continuam a ser as regiões onde as infecções pelo HIV estão em ascensão.
Estes novos dados surgem no momento em que se realiza a Cimeira das Nações Unidas sobre os ODM, que decorre até esta quarta-feira, em Nova Iorque.
Os dados do ONUSIDA indicam que o Quénia, Malawi, Moçambique, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia estão entre os países que forneceram o teste de HIV entre 60 a 80 por cento das mulheres grávidas, enquanto o Botswana, Namíbia e São Tomé e Príncipe ultrapassam a marca de 80 por cento.
Actualmente, 5,2 milhões de pessoas recebem tratamento, o que significa que em seis anos o número de pacientes aumentou em 12 vezes.
O número de mortes relacionadas com a Sida caiu drasticamente desde que se expandiu o acesso ao tratamento, já que houve 200 mil mortes a menos em 2008 em relação a 2004.
Por seu lado, os jovens estão a liderar uma revolução em matéria de prevenção, optando por começar a ter sexo mais tarde, tendo menos parceiros simultâneos e a usar preservativos, levando a uma redução significativa no número de novas infecções em muitos dos países mais afectados pela doença.
Em adultos, o uso do preservativo masculino dobrou nos últimos cinco anos.
Estudos mostram que a circuncisão masculina pode reduzir em cerca de 60 por cento o risco de infecção pelo vírus em homens.
Por seu lado, novas pesquisas sobre a prevenção do HIV mostram a eficácia de um microbicida controlado e utilizado pelas mulheres.
Os novos dados das Nações Unidas indicam que em 2008 havia 42 mil óbitos por Sida em mulheres grávidas.
Em 2009, cerca de 15,9 mil milhões de dólares foram destinados à resposta mundial à epidemia, significando 10 mil milhões a menos do que as estimativas indicavam como necessário.
Em 2009, os investimentos internacionais para a doença caíram em relação a 2008.
O ONUSIDA recomenda que os governos nacionais destinem entre 0,5 por cento e três por cento das receitas dos seus orçamentos para o HIV, dependendo da sua taxa de prevalência.
Mas na última década, os investimentos nacionais para a pandemia têm aumentado.
Contudo na maioria dos países mais afectados, os investimentos nacionais não são ainda suficientes para satisfazer as suas necessidades de recursos.