O presidente moçambicano, Armando Guebuza, disse, quarta-feira, ter constatado “muita simpatia para com Moçambique dos potenciais investidores com quem manteve contactos durante o Fórum Económico Mundial (FEM), actualmente a decorrer na Cidade do Cabo, Africa do Sul.
Falando a imprensa moçambicana, que acompanha a delegação presidencial a Africa do Sul, Guebuza disse ter ficado particularmente interessado com os debates sobre a agricultura “para ver se nós podemos ganhar experiências dos outros e conseguir mais investimentos sustentáveis para Moçambique”.
Na ocasião, Guebuza reiterou a importância do papel dos camponeses na agricultura em Moçambique. “Eles não podem ser marginalizados, porque são parte da solução”, disse Guebuza, para de seguida acrescentar “nós devemos aumentar a produtividade agrícola e transitar de uma agricultura de subsistência para uma agricultura capaz de produzir excedentes e participar numa economia monetarizada”.
Ele reconheceu o mau estado as estradas que ligam os mercados às regiões rurais altamente produtivas em Moçambique, e a falta de acesso dos agricultores ao crédito bancário como sendo obstáculos que ainda carecem de uma solução.
Sobre a promoção do “crescimento verde”, o tema do painel de debate que contou com a participação do estadista moçambicano, Guebuza sublinhou que “nós devemos procurar as formas mais acessíveis para a produção de energia”.
Para a maioria das regiões do país, significa uso da energia produzida pela Barragem de Cabora Bassa no rio Zambeze, que deverá ser transporta para todas as regiões onde for possível, sobretudo ao longo da nova linha de transmissão de energia que será construída de Tete a Maputo .
“Essa energia não vai chegar a toda a população que precisa de energia”, reconheceu Guebuza. “Nós temos de usar outras energias, de fontes renováveis, tais como energia solar e eólica”, acrescentou.
Entre os empresários que se avistaram com Guebuza destacam-se dois executivos da Hewlett-Packard – nomeadamente o Vice-presidente para Crescimento do Mercado, Brian Humphries, e o director executivo para o Médio Oriente, Mediterrâneo e Africa, Santiago Cortes. Segundo Guebuza, a Hewlett-Packard é uma das empresas líderes do mundo na área de novas tecnologias.
Comentando sobre o encontro mantido com os dois executivos, o estadista moçambicano disse “eles queriam saber aquilo que nós pensamos que eles poderão fazer”, razão pela qual Guebuza convidou ambos a visitar e investir no país. Aliás, muitas instituições moçambicanas acabaram descobrindo que a maioria do equipamento vendido como sendo da Hewlett-Packard no país é contrafeito.
Em Mocambique, são vários os retalhistas sem escrúpulos que vendem produtos pirateados, razão pela qual Guebuza disse estar seguro que se a Hewlett-Packard investir em Moçambique “eles estarão interessados em ajudar o governo a combater a pirataria”. Guebuza também recebeu em audiência o embaixador líbio na Africa do Sul.
As autoridades moçambicanas, explicou o presidente, querem ouvir uma explicação da crise da Líbia “de todas as fontes”. Contudo, Guebuza disse estar convencido que “deverá haver uma solução negocial, alcançada através do diálogo”.