O director do Centro de Promoção de Investimentos (CPI), Lourenço Sambo, considera o mundo árabe um “gigante adormecido”, cujas oportunidades que oferece Moçambique deve procurar tirar o máximo proveito possível. “Olhando para a economia mundial, só agora é que os países do Médio Oriente começaram a usar o seu dinheiro para investir no estrangeiro”, disse Sambo, acrescentando que “eles próprios já chegaram a conclusão que não podem ficar com muito dinheiro sem fazer absolutamente nada”.
Sambo falava a imprensa moçambicana no sábado em Sirte, capital política da Líbia, na véspera da 2ª Cimeira Afro-Árabe, evento organizado pela Comissão da União Africana, Liga dos Estados Árabes, na qual Moçambique se faz representar por uma delegação chefiada pelo Presidente Armando Guebuza.
Como atractivo para os investidores do Médio Oriente, Sambo apontou as potencialidades existentes em Moçambique, apesar de enfrentar ainda enormes desafios sobretudo na área de infra-estruturas.
Aliás, o problema de infra-estruturas já foi arrolado por vários analistas em desenvolvimento económico como sendo um dos maiores obstáculos em Moçambique, em particular, e África no geral.
Contudo, Sambo não desarma, explicando que os próprios países árabes podem desempenhar um papel de extrema importância na resolução deste problema em Moçambique. A estabilidade macroeconómica de Moçambique é apontada como outro atractivo que o país deve capitalizar.
‘Temos de perceber que Moçambique é um país exemplar em termos de crescimento económico, e uma vez mais temos de trazer ao mundo árabe esta informação para atrair este mercado que é um mercado potencial e um gigante adormecido que devemos aproveitar’, frisou.
Sambo explicou que Moçambique é, por natureza, um país agrícola. Assim, tendo em conta aquilo que é um dos maiores desafios do mundo da actual, no caso concreto a segurança alimentar, esta constitui, sem a menor dúvida, uma vantagem comparativa.
Naturalmente, que o investimento estrangeiro não pode ser feito só na área da agricultura, pois Moçambique possui outras potencialidades tais como recursos minerais, incluindo carvão, gás natural, para além de ter descoberto recentemente o petróleo, faltando confirmar apenas a sua existência em quantidades comerciais.
“Podemos ter uma mais-valia na área de petróleo porque eles (países do Médio Oriente) já possuem uma larga experiência nesta área”, disse a fonte.
Actualmente, segundo o director, as relações entre Moçambique com o mundo árabe ainda são ténues, concentrando-se, na sua maioria, no domínio da concessão de crédito.
Porém, o mesmo já não acontece com países de outras regiões, por exemplo a China, Índia, e países do Ocidente, onde Moçambique possui mais rubricas e exporta uma vasta gama de produtos.
O incremento das trocas comerciais também interessa outros países africanos, pois o volume de negócio entre ambas as regiões ainda esta muito aquém de atingir os mesmos níveis entre África, China e a Europa.