As autoridades do Malawi acusam os moçambicanos residentes ao longo da fronteira comum de estarem a esgotar as vacinas destinadas à prevenção de sarampo no seu país.
O governo malawiano iniciou uma campanha de vacinação contra o sarampo visando salvar cerca de seis milhões de crianças em risco de contrair a doença que eclodiu naquele país em Fevereiro passado, tendo provocado até então a morte de 200 pessoas.
O surto de sarampo está a afectar também algumas zonas do território moçambicano localizadas ao longo da fronteira com o Malawi, nas províncias de Tete (centro) e Niassa no norte do país.
Segundo Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional, as autoridades malawianas afirmam que os doentes moçambicanos estão a sufocar o esquema montado para a prevenir o sarampo por estarem a beneficiar indevidamente do processo.
Este aproveitamento indevido conduz a um rápido esgotamento das quantidades de vacinas adquiridas para este processo.
O Secretário Permanente do Ministério da Saúde, Kris Nkangombe, acusa também cidadãos zambianos e tanzanianos de se aproveitarem das vacinas dos malawianos.
Em Maio último, alguns dos casos desta doença diagnosticados no distrito malawiano de Mwanza eram em indivíduos de nacionalidade moçambicana. Mwanza faz fronteira com Moçambique através do posto administrativo de Zobwé, em Tete.
A doença está, nos últimos dias, a propagar-se para alguns distritos da província de Niassa, onde há inclusive registos de pelo menos cem casos confirmados e suspeitos.
A direcção provincial da saúde no Niassa lançou um alerta visando reforçar as medidas de higiene individual e colectiva e, enquanto isso, algumas equipas da saúde estão a monitorar a situação.
As autoridades moçambicanas estão preocupadas com a recente eclosão de sarampo, doença que já foi declarada erradicada no país.
