O Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), através do Instituto de Formação Profissional e Estudos Laborais Alberto Cassimo (IFPELAC), está a preparar-se para responder à demanda de mão-de-obra qualificada por parte das multinacionais concessionárias dos projectos de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.
Para o efeito, o sector está a melhorar e, nalguns casos, a construir e a apetrechar centros de formação onde vão ser ministrados cursos com, certificação internacional, requisitos exigidos pelas concessionárias, principalmente para a fase de operação.
De acordo com o director-geral do IFPELAC, Anastácio Chembeze, os cursos estão a ser reformulados ou introduzidos em função das necessidades dos projectos, que já têm o perfil dos quadros que gostariam que o mercado nacional oferecesse.
Para Anastácio Chembeze, a demanda é grande e as oportunidades são enormes no sector do gás, havendo, por isso, necessidade de todos os intervenientes trabalharem em estreita colaboração, principalmente para ultrapassar alguns obstáculos.
“Estamos a prepararmo-nos, mas há áreas nas quais ainda não estamos a formar e os investidores já estão a dizer o que querem em termos de habilidades. Realmente, não vamos conseguir fazer tudo, por isso trabalhamos com o sector privado, através dos centros de formação privados”, disse o director-geral do IFPELAC.
Anastácio Chembeze falava na quarta-feira, 28 de Agosto, num seminário sobre emprego e formação profissional no âmbito dos projectos da bacia do Rovuma, que decorreu no quadro da 55ª edição da Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Maputo (FACIM), em Ricatla, distrito de Marracuene, província de Maputo.
Na ocasião, o director-geral do IFPELAC referiu que, como resultado dos esforços que a instituição está a envidar com vista a formar quadros que respondam aos requisitos exigidos pelas multinacionais, foram construídos na província de Cabo Delgado três centros de formação profissional, na cidade de Pemba e nos distritos de Balama e brevemente entrará em funcionamento o de Montepuez (localidade de Namanhumbir). Os centros de Balama e Pemba já estão a funcionar. “O de Pemba, por exemplo, tem certificação internacional, o que significa que os quadros ali formados podem trabalhar ou serem submetidos à avaliação em qualquer parte do mundo. Em Namanhumbir já estamos na fase de apetrechamento”.
Importa realçar que o seminário tinha como objectivo promover a interacção entre o público e as concessionárias dos projectos de exploração de gás natural relativamente às qualificações exigidas para investimentos daquela natureza, tendo sido convidado o consórcio Mozambique Rovuma Venture (MRV) para falar do processo de recrutamento de mão-de-obra.
O Instituto Nacional de Emprego (INEP), por seu turno, falou do funcionamento dos mecanismos de recrutamento e admissão disponíveis na sua plataforma para as empresas e candidatos ao mercado de emprego, respectivamente.
“A responsabilidade do Estado é de facilitar os processos e ser intermediário através do Instituto Nacional de Emprego. Quem gera os empregos são as empresas, nós (o Governo) somente promovemos a formação profissional, a legalidade laboral, a segurança social, entre outros aspectos”, sublinhou Anastácio Chembeze.