Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Mistérios da máfia nas águas do rio Chire

No último sábado as autoridades moçambicanas, neste caso particular a Polícia da República de Moçambique (PRM), na Zambézia, apreendeu um navio, onde viajavam quatro estrangeiros, sendo três malawianos e um sulafricano.

Declarações proferidas pelo Comandante Provincial da PRM na Zambézia, Manuel Filimão Zandamela, à RM, esta segunda-feira, dão conta de que o navio vinha de Marromeu, mas entrou nas águas da província da Zambézia, através do rio Chire sem autorização das autoridades marítimas desta parcela do país.

Embora curto e sem mais detalhes, Zandamela apenas disse que investigações estão sendo feitas para apurar o que é que o navio estava a procura nas águas do Chire sem autorização. Dos tripulantes, um deles era adido militar sul-africano dai que de acordo com o comandante, este foi solto.

Que propósito tinha o navio? 

Fontes bem próximas da PRM na Zambézia, disseram que o navio estava a procura de ovos de crocodilo, e ninguém sabe dizer para que fins. Segundo ainda as mesmas fontes este caso não é novo, pelo menos na Zambézia.

Num passado não muito distante, um outro navio, cuja proveniência as fontes não quiserem revelar, foi neutralizado nas águas desta província, mas o assunto não saiu fora. “Há muitos casos destes, mas não saem para fora”- dizem as nossas fontes em jeito de desabafo.

Os mistérios da máfia 

Este caso aconteceu no sábado, portanto dia 23 do corrente mês, em Chire, que dista a mais ou menos 200 quilómetros da vila sede distrital de Morrumbala e outros 200 Km para cidade de Quelimane, capital da província.

Mas pelo espanto de tudo e todos, a resolução do assunto foi num abrir e fechar de olhos. É que no mesmo sábado, após as autoridades zambezianas terem comunicado aos superiores hierárquicos na capital do país sobre o assunto, já no domingo, portanto, dia seguinte, foram emitidas passagens aéreas para os tripulantes do navio, mais dois agentes do ministério do Interior, sendo um agente da Polícia de Investigação Criminal (PIC) e outro dos Serviços Provinciais da Migração da Zambézia, para acompanharem os tripulantes do navio do Chire.

Isto cheira a máfia, porque ao nível dos círculos que bem entendem a matéria, incluindo até as altas patentes na PRM, estão indignados e não entendem o porquê do caso ser investigado em Maputo e não em Quelimane.

E não só, as fontes que não quiseram dar a cara, temendo represálias, também questionam a flexibilidade que o caso teve, até serem emitidas passagens aéreas até a capital do pais. “Custa entender quais as reais motivações dos tripulantes do navio, visto que num abrir e fechar de olhos, os mesmos foram evacuados para Maputo de avião” – lamentam para depois questionarem que “aqui na província não há possibilidades de investigar este caso até esclarecer”.

E não só de acordo ainda com estas fontes, houve muitos casos que necessitavam de irem se investigar em Maputo, mas o ministério sempre alegou falta de fundos para suportar despesas, mas por este caso que se deu no sábado, já houve dinheiro para suportar as passagens aéreas de seis pessoas.

Porque falou o comandante e não o porta-voz? 

Um outro cheiro nauseabundo que afoga aos bem entendidos na matéria é pelo facto de vir em público o Comandante Provincial da PRM na Zambézia, Manuel Zandamela, ao invés do habitual porta-voz, Ernesto Serrote.

Segundo a visão de uns, a aparição de Zandamela, deve ter alguma coisa por trás, visto que já houve casos que necessitavam o aparecimento do comandante provincial, mas este sempre mandou o seu porta-voz para dar a cara.

Mas neste caso em que foi apreendido um navio e os tripulantes foram evacuados a Maputo em fracção de segundos, veio ele próprio falar do que terá acontecido. Só que este seu aparecer em público, o Comandante não disse à RM que os tripulantes foram evacuados a Maputo para as tais investigações.

Isto só cheira a máfia grande e vale a pena recuar e lembrar a letra da música do jovem Edson da Luz, mais conhecido por Azagaia, quando diz que este país, funciona como motor de cocaína.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!