As primeiras visões mais próximas de Plutão mostram montanhas de gelo e uma superfície surpreendentemente jovem, livre de cratera, disseram cientistas da missão New Horizons, da Nasa, nesta quarta-feira.
São os primeiros resultados desde que a espaçonave do tamanho de um piano viajou 4,82 biliões de quilómetros durante nove anos e meio para passar a 12.550 quilómetros de Plutão na terça-feira.
A New Horizons está agora a ir mais a fundo no Cinturão de Kuiper, uma região do Sistema Solar além de Neptuno que é preenchida com milhares de corpos de gelo e rocha semelhantes a Plutão que se acredita serem remanescentes da formação do Sistema Solar, cerca de 4,6 biliões de anos atrás.
Os cientistas não sabem como Plutão formou essas grandes montanhas, sendo que a maior tem quase 3.350 metros em relação ao chão, quase tão alta quanto as Montanhas Rochosas canadenses.
Outro enigma é por que Plutão tem uma cara tão jovem. O corpo gelado, que é menor do que a Lua terrestre, deveria ser marcado por crateras de impacto, resultado da chuva de rochas e pedras do Cinturão de Kuiper ao longo das eras. Em vez disso, a New Horizons revelou que a superfície de Plutão de alguma forma foi revigorada, actividade que pode estar ligada a um oceano subterrâneo, vulcões de gelo ou outro fenómeno geológico que emite calor.
Os cientistas acreditam que as montanhas de Plutão provavelmente se formaram dentro dos últimos 100 milhões de anos, um piscar de olhos em comparação à idade do Sistema Solar.

