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Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal pede demissão

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, que lidera o segundo partido no governo de coligação, renunciou ao cargo, informou o gabinete da Presidência nesta terça-feira, por discordar da solução encontrada para substituir o Ministério das Finanças, Vítor Gaspar, que nesta segunda-feira também apresentou a sua demissão do Governo do Primeiro Ministro Passos de Coelho.

Portas não concordou com a solução encontrada por Passos para as Finanças, pois, do ponto de vista da simbologia política, a escolha de Maria Luís Albuquerque significou que o primeiro-ministro assumiu ele mesmo a pasta das Finanças no plano político, o que desequilibrou o poder dentro da coligação.

Em comunicado, Paulo Portas  contesta a escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois da saída de Vítor Gaspar, com quem tinha, salienta, “conhecidas diferenças políticas”. Para o líder do CDS, a saída de Gaspar permitiria “abrir um ciclo político e económico diferente”. “A escolha feita pelo primeiro-ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual (…) Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao primeiro-ministro, que, ainda assim, confirmou a sua escolha [de Maria Luís Albuquerque]. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível”, diz o comunicado.

A saída de Paulo Portas compromete seriamente a continuidade do Governo, uma vez que a saída do parceiro de coligação deixa não só o executivo fragilizado, mas também sem a maioria na Assembleia da República.

Os outros dois ministros do CDS – Pedro Mota Soares e Assunção Cristas – ainda não tomaram qualquer posição pública, não sendo claro se vão demitir-se.

O CDS aguarda a comunicação de Passos Coelho ao país, às 20h.

Na tarde desta terça-feira, o Presidente da República afastou a possibilidade de demitir o primeiro-ministro, afirmando que o Governo responde à Assembleia da República.

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