O ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, instou, quarta-feira, 11 de Agosto, ao empresariado nacional a apostar no uso da matéria-prima nacional nas suas indústrias, bem como a privilegiar as empresas locais, principalmente as de micro, pequena e média dimensão, no fornecimento de produtos e prestação de serviços terceirizados, como forma de promover a industrialização do País.
Foi com este propósito que o Presidente da República, Filipe Nyusi, lançou, recentemente, o Programa Nacional Industrializar Moçambique (PRONAI), que visa dinamizar o processo de industrialização à escala nacional, a mobilização de investimento, assim como a profissionalização e modernização integradas da capacidade produtiva.
Através do PRONAI, o Governo pretende incentivar a indústria de substituição, focando-se, para tal, nas matérias-primas que podem ser transformadas localmente, priorizando-se o seu uso nas indústrias nacionais, ficando a exportação relegada para o segundo plano.
Entretanto, conforme explicou Carlos Mesquita, o Executivo vai ter o cuidado de analisar a viabilidade financeira para identificar os produtos que devem ser substituídos, e se os mesmos têm competitividade suficiente no mercado que justifique a aposta, pois “reconhecemos que nem tudo é possível. Queremos que os projectos passem por um crivo de análise e viabilidade económicas, e só aqueles que, de facto, se mostrarem viáveis serão financiados”.
“Podemos chegar à conclusão de que é mais barato continuarmos a importar do que produzir aqui no País. Temos que ter a coragem suficiente para dizer sim, vamos continuar a importar este produto, mas aquele vamos começar a produzir em Moçambique, e, por via disso, aumentar as nossas exportações, mas sempre numa perspectiva de minimizar ou equilibrar a nossa balança comercial”, sublinhou o ministro.
Carlos Mesquita falava durante uma visita de trabalho à fábrica de refrigerantes Coca-Cola, na província de Maputo, tendo-se mostrado satisfeito com alguns aspectos que, na sua opinião, se enquadram na filosofia da iniciativa, tais como a capacitação e o desenvolvimento de recursos humanos.
Na ocasião, louvou, por um lado, o facto de a empresa estar a acrescentar valor à matéria-prima nacional, como é o caso do açúcar refinado, que é adquirido localmente. Por outro, o governante encorajou aquela unidade industrial a encontrar soluções internamente antes de recorrer a outros mercados, referindo-se ao fornecimento de produtos e à prestação de serviços.
“A empresa mostrou que está comprometida com este aspecto, tendo, inclusive, lançado um concurso para a prestação de diversos serviços e fornecimento de vários produtos, tais como o (fornecimento) de tampas para as garrafas plásticas, que, segundo dados estatísticos de 2018 e 2019, custam cerca de oito (8) milhões de dólares norte-americanos ao País. Este valor inclui as importadas pela Coca-Cola”, referiu o ministro.