Em resposta à tragédia de Chitima, na província de Tete, onde em Janeiro 75 pessoas morreram após ingerirem um bebida alcoólica de fabrico caseiro, denominada “Pombe”, o Ministério da Saúde pretende implementar um regulamento de controlo de produção de bebidas alcoólicas de fabrico caseiro.
Segundo o Director Nacional de Saúde Pública, Francisco Mbofana, citado numa publicação do Gabinfo, está em curso o levantamento dos tipos de bebidas tradicionais produzidas no país bem como estão em análise alguns aspectos, como o nível de álcool, tempo e formas de preparação e comercialização. Trata-se de dados que servirão de base para a elaboração do regulamento de suporte para a produção de bebidas alcoólicas a nível caseiro.
Enquanto isso, as autoridades de saúde continuam a sensibilizar as comunidades, numa acção que envolve os líderes comunitários, para a observância das condições de higiene no processo de produção de bebidas alcoólicas. “Nós sabemos que é usado o mesmo copo para muitas pessoas; então naquela situação de emergência, desenvolvemos algumas mensagens que foram traduzidas em línguas locais, que pensamos que vão ajudar a população a ser atenta. O desafio é difundir as mensagens para todo o país, usando as rádios comunitárias”, explicou Mbofana.
O desafio do sector da saúde é mobilizar recursos para fazer o estudo, que é considerado de carácter urgente, dado que se trata de vidas humanas, para o qual os profissionais da área estão a trabalhar para a breve trecho ter os respectivos custos.
“Enquanto o estudo não acontece, vamos continuar com a sensibilização e, de forma aleatória, colher amostras das bebidas e os produtos usados no seu fabrico , para análises laboratoriais”, apontou a fonte.
Associado ao regulamento, o MISAU pretende aumentar a capacidade de fiscalização, por reconhecer que este instrumento não basta.
Segundo Director Nacional de Saúde Pública, as autoridades do sector estão a fazer uso da experiencia do Botswana, que viveu situação similar, estando em análise os aspectos aplicáveis ao contexto moçambicano, apesar de ainda não haver o conhecimento do nível de álcool das bebidas tradicionais.
Continuam desconhecidas as causas da intoxicação registada após o consumo do “Pombe” apesar das amostras recolhidas e análises laboratoriais feitas no país, na África do Sul, Portugal, Suiça e não só.