Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Ministério da Saúde investiga causas da morte hospitalar de uma criança que supostamente foi vítima de raiva canina

Uma criança de 10 anos de idade, do sexo masculino, morreu no último domingo (10) em circunstâncias ainda não claras, na maior unidade sanitária do país, para onde foi transferida depois de receber os primeiros socorros no Hospital Geral de Mavalane, logo que sofreu a mordedura de um cão vadio, cuja situação de vacinação se desconhece completamente.

Lídia Chongo, porta-voz do Ministério da Saúde (MISAU), disse que “neste momento estamos a trabalhar no sentido de verificar os factores que terão contribuído para que esta criança terminasse em óbito”.

A criança em questão, foi mordida em Fevereiro passado, no bairro Ferroviário, onde o Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) iniciou na terça-feira (12) uma campanha de vacinação contra a raiva, devido à abundancia de cães, alguns dos quais vadios.

Todavia, quando o miúdo foi socorrido para o Hospital Geral de Mavalane, os técnicos de saúde administraram-lhe uma vacina contra o tétano e não informaram aos pais que a unidade sanitária não dispunha de vacina contra a raiva, segundo veiculou a televisão privada STV.

Falando à imprensa, na tarde de segunda-feira (11), Lídia Chongo, confirmou que a instituição do Estado a que está afecta não tem a vacina contra a raiva. “É verdade que não temos o tratamento para a raiva”, pese embora “a vacinação é de extrema importância”.

Ela explicou que, após a mordedura, a família da vítima levou-a ao Hospital Geral de Mavalane, onde “foi observada e tomadas as medidas básicas de prevenção”.

De acordo com a fonte, o número de cães e gatos vadios tem crescido em todo o país. Em 2016, o MISAU registou cerca de 15.300 casos de mordedura canina, os quais resultaram em 94 óbitos.

Já em 2017, o número disparou para cerca de 20 mil casos, com 89 óbitos.

Porém, Deolinda Mapapa, veterinária no CMCM, desdramatizou a situação ao alegar que a edilidade tem condições e capacidade para recolher os referidos animais.

A fonte explicou que o trabalho de captura dos animais que vagueiam pelas artérias da capital moçambicana é feito na hora normal de expediente na função púbica e conforme os locais indicados pelos munícipes.

De acordo com ela, o grosso dos animais vadios está nos bairros de KaMaxanque, Chamanculo, KaTembe e Zimpeto. Neste último bairro, os cães e gatos abundam na Vila Olímpica porque dispõem de restos de comida à fartura.

Deolinda Mapapa disse há demasiado lixo na Vila Olímpica, de tal sorte que até rebenta pelas costuras dos recipientes onde é depositado. “Não sei se a recolha é feita e o lixo até transborda”.

O que é a raiva e como prevenir

A raiva é uma doença mortífera, provocada por um vírus que atinge quase todos os mamíferos, afecta o sistema nervoso e é transmitida pela saliva no acto da mordedura.

Trata-se de uma doença caracterizada por uma paralisia da laringe, faringe e dos músculos da mastigação, seguida por uma depressão, coma e morte por paralisia respiratória na sua fase aguda. A forma de prevenir este mal é a vacinação de cães e gatos.

Entretanto, milhares de pessoas não sabem que os cães e gatos, e porque não as aves, devem ser levados ao veterinário logo que são adquiridos pelos novos donos a fim de serem vacinados contra as seguintes doenças: raiva, cinomose, parvovirose, coronavirose, newcastle, dentre outras que podem ser fatais em caso de algum contágio humano.

Se alguém for mordido por um destes bichos deve lavar o local atingido com bastante água e sabão e dirigir-se a uma unidade sanitária para ser observado.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!