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Milhões novos empregos criados em Moçambique não se reflectem “no número de associados aos sindicatos”

Milhões novos empregos criados em Moçambique não se reflectem “no número de associados aos sindicatos”

Foto de Adérito CaldeiraO Governo vai nesta terça-feira(04) apresentar o seu Plano Económico e Social(PES) para o último ano do 1º mandato de Filipe Nyusi como Presidente de Moçambique. Dentre várias metas o documento indica que em 2019 serão criados mais 354 mil novos empregos. No entanto o presidente da OTM disse ao @Verdade que aumento “se é real, não está a reflectir-se no crescimento no número de associados aos sindicatos nacionais”.

A proposta de PES que o Governo submeteu a Assembleia da República indica que em 2018 terão sido criados 360.575 novos postos de trabalho e que no próximo ano deverão ser criados 354.308 novos empregos, “sendo 86.482 por INEP, PERPU, FFP, FDA, FAIJ e FUNAE; 12.128 admissões na Função Pública, 226.698 pelo Sector Privado e 29.000 no Exterior”.

Com esses números o Executivo espera ter criado no fim do mandato 1.483.562 novos postos de emprego desde 2015, muitos mais do que tinha sido criados desde 1975.

“Eu não vou desmentir essa informação que vem todos os anos no relatório sobre o PES mas esse crescimento se é real não está a reflectir-se no crescimento no número de associados aos sindicatos nacionais” declarou o presidente da Organização dos Trabalhadores de Moçambique(OTM) quando questionado pelo @Verdade sobre quantos desses novos trabalhadores estariam sindicalizados.

Samuel Fenias Matsinhe revelou que a organização sindical que dirige tem cerca de 180 mil membros e não inclui a Função Pública, cujos funcionários não podem pertencer a sindicatos por força da lei. Matsinhe no entanto adjuntou que: “Por outro lado com a última crise, que se fez sentir bastante em 2016, fez perder muitos postos de trabalho, muitas empresas fecharam e muitas empresas reduziram a mão-de-obra. Enquanto por um lado se criam postos de trabalho por outro há um buraco de menos trabalhadores”.

Estes extraordinários postos de trabalho criados pelo Governo de Nyusi também não se reflectem no Instituto Nacional de Segurança Social que entre 2016 e 2017 registou somente 95.325 novos trabalhadores e no total conta com pouco mais de 1,3 milhão de inscritos.

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