Uma marcha de protesto contra cortes governamentais nos países europeus decorre em Bruxelas. A passeata faz parte do “Dia para a Acção”, organizado por sindicatos do continente, que inclui uma greve geral em Estpanha e outras manifestações que segundo os organizadores vão ter lugar em mais de dez países incluindo a Grécia, Itália, Irlanda e Letónia.
Segundo os sindicatos, os trabalhadores europeus poderão tornar-se as maiores vítimas da crise financeira desencadeada pelos sectores bancário e comercial. Vários governos dos 27 países membros do bloco europeu impuseram cortes nas despesas com salários, pensões e novos empregos para lidar com o aumento dos custos.
Na Grécia e na República da Irlanda, os dados do desemprego situam-se nos níveis mais altos em 10 anos, enquanto em Espanha o desemprego duplicou em três anos. Na Grã-Bratanha o governo planeia efectuar cortes da despesa pública na ordem dos 25% em algumas áreas, quando ocorrem repetidos protestos. em França contra os planos de aumento da idade mínima da reforma.
A Confederação dos Sindicatos da Europa (Etuc) diz esperar que cerca de 100 mil pessoas participem na marcha na sede da EU na capital belga. Os protestos de Bruxelas são descritos pelos sindicatos como dia de acção, sob o lema “Não à austeridade, prioridade aos empregos e ao crescimento”.
Sindicatos dizem que a recessão já fez 23 milhões de desempregados em toda a Europa Organizações Sindicais na Espanha deram início a uma greve geral marchando ao longo da capital, Madrid, num esforço para paralisar a cidade. Ainda na capital espanhola, registaram-se protestos no exterior de estações rodoviárias e de metro e houve fraca circulação de autocarros. Muitos comboios de alta velocidade foram cancelados e um quarto dos comboios normais esteve em movimento.Ainda em Madrid, grupos de grevistas foram vistos a tentar forçar o encerramento de várias lojas e bancos.
A companhia aérea espanhola, Ibéria, disse esperar operar a 35% dos voos programados, quando decorrem protestos em Barcelona. Na Irlanda, um homem conduziu um camião basculante com cimento com slogans de protesto até aos portões do parlamento em Dublin, numa aparente acção de protesto contra o avultado estímulo económico aos bancos do país.
Segundo a EtuC, a marcha dos protestantes visa dar voz à fúria em torno dos cortes orçamentais e reducções que poderão “ conduzir a Europa para a recessão”, e adverte que a crise financeira – a que descreve como a pior depois de 1930 – já fez 23 milhões de desempregados em toda a Europa. A organização receia que as medidas de austeridade em implementação em vários governos europeus possam resultar “num nível ainda maior de desemprego”.