Milhares de pessoas tomaram as ruas de Hong Kong neste domingo, em uma repetição dos protestos anti-China de um ano atrás, exigindo informações sobre o paradeiro de cinco editores de livros locais, conhecidos por serem críticos em relação ao governo de Pequim.
Outros editores e donos de livrarias estão tensos com os desaparecimentos, chegando, em alguns casos, a tirar seus livros com conteúdo crítico a Pequim das prateleiras. Em três livrarias que vendiam livros com temática política visitadas pela Reuters, os donos se recusaram a dar entrevista, dizendo temer a fúria do continente.
Ex-colónia britânica devolvida à China em 1997, Hong Kong tem direito constitucional a liberdade e autonomia em relação ao governo chinês, mas a série de desaparecimentos levou à suspeita de que os agentes da lei do continente estão ignorando esses direitos.
Lee Bo, 65, accionista da livraria Causeway Bay Books e possuidor de passaporte britânico, desapareceu de Hong Kong no fim de Dezembro, embora sua mulher tenha retirado a queixa de desaparecimento, dizendo que ele viajou à China voluntariamente para ajudar em uma investigação.
Outros quatro sócios do editor já haviam sido dados como desaparecidos no ano passado. Com roupas e guarda-chuvas amarelos, cor que marcou os protestos contra a China que paralisaram partes da cidade em 2014, os manifestantes exigiam informações sobre o paradeiro dos editores.
“O Lee Bo de hoje pode ser eu ou você amanhã”, gritavam os manifestantes. Segundo os organizadores do movimento, cerca de 6 mil pessoas participaram dos protestos.