Várias dezenas de milhares de Sul-Africanos furiosos saíram esta quarta-feira, às ruas de diferentes cidades do país apelando para a demissão do Presidente Jacob Zuma, acusado pôr a economia em queda livre depois de despedir, na semana passada, o respeitado ministro das Finanças, Nhlanhla Nene. O ministro nomeado em substituição não resistiu mais do que dois dias no cargo forçando a nomeação de um terceiro titular em menos de uma semana.
Na Cidade do Cabo, uma multidão avaliada em sete mil pessoas mobilizou-se diante do Parlamento, gritando “Zuma deve partir”, enquanto erguiam cartazes com elogios do antigo Presidente Nelson Mandela.
Grandes marchas de protestos ocorreram igualmente em Port Elizabeth, George, Pretória e Joanesburgo e, por ironia do destino, sobre a Ponte Nelson Mandela, que foi construída em homenagem ao estadista de estatura mundial.
O antigo secretário-geral da organização sindical COSATU, Zwelinzima Vavi, indicou à multidão presente, em Joanesburgo, que Zuma “enganou os pobres”. “Você enganou os trabalhadores. Você enganou os Sul-Africanos que pensam de forma independente », afirmou.
Zuma, que está o sob o choque da indignação mundial na sequência da sua decisão de demitir Nene, domingo à noite, anunciou que o ex-ministro das Finanças, Pravin Gordhan, substituiria David Van Rooyen. Esta decisão elevou para três o número de ministros das Finanças no espaço de uma semana na África do Sul.
A outra má notícia para Zuma foi a atribuição, quarta-feira última, pela Moody’s, duma cotação de crédito negativa para as perspectivas na África do Sul, indicando que o país está perante um período “prolongado” de crescimento lento e cada vez mais pressões políticas. A Moody’s diminuiu a perspectiva que esteve estável e manteve a cotação de crédido do país em BAA2, a segunda mais baixa nota.