Mianmar perdoou mais de 500 presos nesta segunda-feira, incluindo detidos políticos, de acordo com um partido da oposição. A medida pode fortalecer os laços do ex-Estado militar com os Estados Unidos.
Um boletim do governo anunciando a amnistia na televisão estatal não deixou claro se entre os beneficiados estariam presos políticos.
Mas Naing Naing, um oficial do partido Liga Nacional pela Democracia (LND), da líder de oposição e ganhadora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, disse que estava esperançoso que a anistia incluia os 424 presos políticos remanescentes do país. Segundo a LND, foi a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP) que passou a informação sobre os presos políticos libertados.
Contactado pela Reuters, Bo Kyi, secretário-geral da AAPP, confirmou que os presos políticos estavam entre os que foram libertados, mas a organização precisava de mais tempo para confirmar o número.
O momento da amnistia é significativo, ocorrendo dias antes de uma visita aos Estados Unidos pelo presidente reformista de Mianmar, Thein Sein, e uma viagem aos EUA em separado, que começou nesta segunda-feira, de Suu Kyi.
A eleição dela para o Parlamento, em abril, ajudou a transformar a imagem pária de Mianmar e convencer o Ocidente a começar a reverter sanções após um ano de reformas dramáticas, incluindo a libertação de cerca de 700 prisioneiros políticos em amnistias entre maio de 2011 e julho deste ano.
Naing Naing, da LND, disse que os 424 presos políticos libertados excluem aqueles que eram ex-funcionários de inteligência militar removidos sob a junta militar que governou por 49 anos como um dos regimes mais opressivos na Ásia, antes de ceder o poder a um governo semi-civil em março do ano passado.
Suu Kyi partiu no domingo para os Estados Unidos, onde receberá uma medalha do Congresso.
Thein Sein, um ex-general, deve seguir para os Estados Unidos em 24 de setembro, onde vai falar na Assembleia Geral da ONU em Nova York pela primeira vez como presidente.