As autoridades mexicanas anunciaram, na noite da segunda-feira (27), a prisão de quatro membros de uma quadrilha envolvida no sequestro de dezenas de estudantes que desapareceram no mês passado e podem ter sido assassinados.
O anúncio aconteceu depois de a mídia local ter relatado que uma cova comum foi descoberta numa lixeira ao lado da cidade de Cocula, que fica perto de Iguala, no Estado sulista de Guerrero, onde 43 estudantes desapareceram depois de terem sido parados pela polícia e por homens mascarados a 26 de Setembro.
O procurador-geral do México, Jesus Murillo, disse que quatro membros do cartel Guerreros Unidos estavam envolvidos no sequestro. O caso levou a protestos nacionais e colocou em dúvida as alegações do presidente Enrique Peña Nieto de que o país está a tornar-se mais seguro sob seu mandato.
“Hoje temos aqueles que organizaram o desaparecimento destes jovens”, disse Murillo. O procurador não deu detalhes sobre os relatos da imprensa sobre outra vala comum, mas disse que os suspeitos identificaram a cena do crime onde os repórteres seriam levados, esta terça-feira.
O procurador disse anteriormente que o edil de Iguala e sua esposa foram os prováveis mandantes do desaparecimento e ordenaram que as forças policiais locais evitassem que os estudantes interrompessem um evento político que lançaria a primeira-dama da cidade como candidata a suceder o marido no cargo.
A perícia forense ainda está a analisar dezenas de corpos encontrados em covas perto de Iguala, mas até agora nenhum dos estudantes foi encontrado. Cerca de 100 mil pessoas já morreram na violência relacionada a cartéis desde o início de 2007 no México.
