Contra uma França envergonhada, talves a sentir que nem deveria ter vindo para este Mundial não fosse a injustiça contra a Irlanda, e com um enorme apoio das arquibancadas no Estádio Peter Mokaba, o México quebrou um tabu histórico e derrotou os campeões mundiais de 1998 pela primeira vez na história. Na fria noite em Polokwane, a equipe marcou 2 a 0, com golos de Javier Hernández e Cuauhtémoc Blanco, e deu um grande passo para estar nos oitavos de final da Copa do Mundo da FIFA.
Até hoje, os mexicanos sustentavam uma série de cinco derrotas e apenas um empate contra os rivais. Com o triunfo, passaram a somar quatro pontos e igualaram na liderança do Grupo A o Uruguai, que havia derrotado a África do Sul por 3 a 0. Agora os atuais vice-campeões do Mundo precisam derrotar os anfitriões por boa margem de golos na última jornada e ainda esperar para que México e Uruguai não empatem. Caso a partida entre os dois líderes termine sem vencedor, os dois avançarão às oitavas.
Apoiado por uma barulhenta e numerosa claque, que iniciou a festa já na entrada do estádio, o México dominou os primeiros minutos de jogo. Rafa Márquez e Torrado garantiam tranquilidade no meio-de-campo e ganhavam grande parte dos duelos contra Diaby e Toulalan. Desta forma, as jogadas de golo foram-se acumulando.
Até os 27, três outros remates de longa distância assustaram o guarda-redes do Lyon. Numa delas, Franco aproveitou o buraco deixado por Abidal e Gallas, driblou o defensor do Barcelona, mas errou na pontaria. Já Salcido aproveitou dois vacilos pela direita da defesa e quase marcou em ambas ocasiões.
Mesmo com um meio-de-campo formado por jogadores rápidos como Ribéry, Malouda e Govou, a França avançava com lentidão e não parecia ter armas para incomodar a defesa rival. Evra, pela esquerda, não aparecia na frente, enquanto Anelka tinha mais presença longe da área do que na sua real função.
Os mexicanos seguiram com mais intensidade, mesmo após a lesão de Vela aos 31 minutos. Barrera, que substituiu o atacante, e teve uma oportunidade soberana, quase ganhando dividida com Lloris e marcando na rebatida em um dos últimos lances de perigo da primeira etapa.
Na volta do intervalo a França voltou sem Anelka e com Gignac, o que melhorou a movimentação ofensiva. Com um jogador mais presente na área, Malouda e Ribéry tiveram mais espaço e chegaram com perigo em dois remates consecutivos, obrigando Perez a boas defesas. No entanto, o esboço de pressão logo acabou.
Com as entradas de Blanco e Hernandez o México reconquistou o domínio e foi recompensado com um golo aos 19 minutos. Grande nome do meio-de-campo, Márquez encontrou Hernandez sozinho no meio da defesa, que parou pedindo impedimento. Com todo o tempo do mundo, o futuro atacante do Manchester United arrancou para a baliza, driblou Lloris e rematou com toda a calma do mundo para a baliza vazia.
A vantagem incendiou ainda mais a torcida. Os jogadores responderam com ainda mais garra contra um adversário sem reações. Diante de tanta facilidade, o segundo golo não demorou, na sequeência de uma boa jogada pela direita, Barrera passou como quis por Evra e foi derrubado por Abidal. Pênalti que Blanco não desperdiçou.
A França não teve energia para reagir e agora tem que vencer e depender de uma combinação de resultados para voltar aos mata-matas da Copa do Mundo da FIFA.