Com apenas 12 anos, a norte-americana Blanca Ramírez tornou-se a pessoa mais jovem a correr sete maratonas em cinco continentes, após participar em em corridas na França e na Antártida, com apenas nove dias de intervalo.
A pequena atleta californiana deixou para o final a competição mais pesada, 26 milhas (ou 42km) a uma temperatura abaixo de zero na praia de uma ilha deserta na região antártica. Com esta conquista, a menina deixou para trás Winter Vinecki, de 14 anos, que cumpriu sete maratonas ao redor do mundo.
“Foi um final muito duro, não apenas pela maratona, mas pois ela teve que correr no frio, sobre muitas pedras, muito lodo e em trechos com neve”, explicou o pai da menina, Dimas Ramírez.
As variações climáticas foram tantas que a prova esteve a ponto de ser cancelada e os concorrentes tiveram que esperar cinco dias para poder voar do Chile para à Ilha do Rei Jorge, local onde decorreu a “Maraton Antartica”. Contudo os contratempos não detiveram a adolescente, que queria cumprir o compromisso feito. “A pressão era terminar a maratona. Tive que treinar, correr bastante e não ficar doente para não ter de desistir”, disse Blanca.
A resistência física foi posta à prova ao ter de participar de duas competições com somente nove dias de diferença de uma para outra e, com isso, pouquíssimo tempo para se recuperar. Blanca correu a Maratona Torcy, em Paris, em 10 de Fevereiro, e teve que retornar a Los Angeles um dia depois para ficar apenas quatro horas nos Estados Unidos da América e em seguida viajar a Punta Arenas, no Chile.
“Você tem que estar determinado a correr e treinar bastante, porque estará correndo por um longo tempo e sozinho”, explicou Blanca.
A jornada dela começou em Março do ano passado quando correu a Maratona de Los Angeles (Asics) e completou a prova em 6 horas e 59 minutos. Desde o momento que cruzou a linha de chegada, Blanca prometeu a si mesma que antes de completar 13 anos, em 29 de julho, demonstraria que com empenho é possível bater metas que parecem impossíveis.
Depois de Los Angeles, Blanca correu no Ruanda, China, Paraguai, Nova Zelândia, França e finalmente na Antártida em 19 de Fevereiro. “Estamos muito felizes por Blanca querer continuar, por tentar deixar sua marca neste mundo e por deixar marca de maneiras boas”, disse o pai.
A motivação e o apoio incondicional da família foram fundamentais na vida da adolescente, e Dimas acredita que a história de Blanca pode inspirar outros pais a apoiar os seus filhos na luta pelos seus sonhos. “Não é preciso quebrar um recorde mundial e correr em todas as partes do mundo. O importante é dar apoio a eles”, explicou.
Bater recordes é um objetivo de Blanca, mas não o maior. A sua causa vai além, já que ela corre em prol de ONG internacional “Operação Sorriso”, uma organização que opera gratuitamente crianças portadoras de lábio leporino e fenda palatina.
Entre aplausos, foto e recordações, Blanca diz que agora quer recuperar as suas forças, mas já a pensar no próximo desafio, correr maratonas nos 50 estados dos Estados Unidos da América e dar início a isso no próximo mês, participando novamente da Maratona de Los Angeles, prevista para acontecer no próximo dia 20.