Dois militantes da Renamo, maior partido da oposição, encontram-se detidos desde a semana passada em Mossourize, província central de Manica, acusados de crime de burla a populares daquele distrito. Trata-se de Armando Santana e Tobias Julai, que foram detidos na última Sexta-feira quando cobravam ilícita e ilegalmente dinheiro a algumas pessoas, alegando tratar-se de quotas mensais que os militantes da Renamo devem pagar ao partido.
A detenção, segundo o Jornal “O País” de hoje, enfureceu o delegado político interino da “perdiz” em Manica, Sofrimento Matequenha, uma vez que, segundo ele, “os membros se encontravam em plena missão partidária, na cobrança de quotas aos outros membros do nosso partido”.
O delegado considera a atitude Polícia moçambicana (PRM) “intimidação e instrumentalização ao serviço da Frelimo (o partido no poder)”, afirmando esta formação política no poder também vive de quotas dos seus membros.
Matequenha considera, por outro lado, que a atitude visa limitar os outros partidos de exercerem as suas actividades com maior liberdade.
“Esta não é a primeira vez que acontece. Estes membros estão detidos sem qualquer fundamento palpável, isso não é proibido. Mesmo a própria Frelimo vive de contribuições dos seus membros”, defendeu Matequenha.