O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, disse, esta Segunda-feira (01), ao presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, que a indústria de tecnologia da informação (TI) do país é um alvo de investimentos tão promissor quanto os seus sectores de recursos naturais.
“Sabes, provavelmente, que aqui na Rússia não temos apenas petróleo, gás natural, ouro e diamantes, há também uma indústria de TI”, disse Medvedev, a sorrir, a Zuckerberg.
O ministro das Comunicações, Nikolai Nikoforov, que também estava presente na reunião, disse que foi discutido um plano para um centro de pesquisas do Facebook na Rússia.
A empresas de TI russas, como a ferramenta de busca na internet Yandex, que lançou o seu próprio navegador, esta Segunda-feira, e a desenvolvedora de software anti-vírus Kaspersky Lab, tornaram-se histórias de sucesso global.
Fontes disseram à Reuters que Zuckerberg não vai reunir-se com o homem mais rico da Rússia, Alisher Usmanov, que investiu pesadamente no Facebook em 2009 e este ano recebeu mais de 1 bilhão de dólares ao vender as suas acções.
Zuckerberg, que visitou a Rússia pela primeira vez após um dos seus programadores vencer a competição Hacker Cup, deu a Medvedev uma camiseta estampada com o endereço da página do primeiro-ministro na rede social.
Medvedev, que tem um iPad, e a sua comitiva de jovens autoridades com alto conhecimento tecnológico, contrastam fortemente com o presidente Vladimir Putin e o seu grupo de ex-espiões da KGB, que não têm contas nas redes sociais e afastam-se de aparelhos modernos.
Um levantamento publicado, semana passada, pela ex-autoridade do Kremlin Konstantin Kostin disse que cinco dos 20 sites mais populares na Rússia, incluindo o Facebook, têm donos norte-americanos, e essa proporção está a crescer.
Segundo a pesquisa, esse aumento representa uma ameaça à segurança nacional. A porta-voz de Medvedev Natalya Timakova disse que Zuckerberg, que vestia um terno preto e uma gravata na reunião, disse ao primeiro-ministro que quando ele criou o Facebook com os seus amigos da universidade não pensava que o site conseguiria exercer influência política.
