Cerca de quatro mil pessoas morrem anualmente nos hospitais moçambicanos vítimas da malária. E de Jeneiro a Outubro deste ano, pelo menos duas mil pessoas perderam a vida devido a esta enfermidade. As medidas de erradicação da doença ainda não estão a surtir os efeitos desejados.
Graça Matsinhe, directora nacional de Controlo da Malária, disse que uma das principais causas do fracasso das acções de prevenção, tais como a pulverização intra-domiciliaria, tem a ver com o precário sistema de saneamento.
Segundo a dirigente, de todas as mortes causadas pela malária, 46 porcento são crianças. Esta ainda continuam a ser o grupo mais vulnerável à doença. Para estancar o problema é necessário que as direcções provinciais e distritais delineiem novas estratégias de implementação dos programas e medidas de prevenção com vista a aumentar o número de beneficiários, especialmente para as pessoas carenciadas.
Graça Matsinhe indicou que é preciso ainda intensificar a distribuição das redes mosquiteiras e colocar agentes de saúde a trabalhar nas comunidades. Refira-se que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), alguns problemas que dificultam a prevenção da malária em Moçambique são a falta de redes mosquiteiras tratadas com insecticida de longa duração, a fraca expansão da pulverização intra-domiciliária e a chegada tardia dos doentes aos estabelecimentos sanitários.
A nossa entrevista, que falava esta quinta-feira (31), em Maputo, na reunião nacional de avaliação das acções de combate e controlo da Malária, desenvolvidas de Janeiro a Setembro do ano em curso, disse que se prevê alocar cinco milhões de redes mosquiteiras em todo país até o final de 2013, para além da pulverização intra-domiciliária.