O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), um dos maiores perdedores das Eleições Gerais, instou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigar a “nódoa eleitoral de 15 de Outubro” e pediu a “responsabilização dos implicados na descredibilização do processo”. Daviz Simango obteve menos votos do que quando lançou a formação política em 2009 e no Parlamento perdeu 12 deputados.
A Comissão Política do MDM, reunida na passada sexta-feira (26) na sua VI Sessão Ordinária, reiterou as denuncias de fraude e manipulação do pleito do passado dia 15 de Outubro de 2019 que outros órgãos do partido já haviam divulgado acusando os órgãos de administração eleitoral de manipularção e desorganização do “processo desde o recenseamento eleitoral, a votação incluindo o apuramento dos resultados”.
“Foram usadas as forças de defesa e segurança como operativos do processo de votação, causando intimidação aos potenciais eleitores, facto que contribuiu para altos índices de abstenção; Uso de boletins de voto pré votados fora do circuito dos órgãos de administração eleitoral a favor do Partido no poder e o seu candidato presidencial; Enchimento deliberado de boletins de voto nas urnas previamente votados pelos presidentes das mesas de votação, eleitores pré definidos a favor do Partido no poder e o seu candidato presidencial; Falsificação de editais e actas nas mesas de voto; Exclusão e violência dos nossos MMVS e delegados de candidatura à escala nacional nas mesas de voto, durante todo processo de votação e apuramento; Presença de observadores fantasmas ao serviço do regime; e a Negação de credenciação, bem como expulsão de observadores independentes”, denunciou ainda o MDM. Face as constatações arroladas a Comissão Política do partido solicitar uma auditoria ao fornecedor de material eleitoral, bem como ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.
A terceira maior força política em Moçambique instou considerou “nulos e sem efeitos os resultados que decorrem do presente pleito eleitoral” e instou a PGR a investigar “a nódoa eleitoral de 15 de Outubro” e a responsabilizar os “implicados na descredibilização do processo”.
O Movimento Democrático de Moçambique obteve os piores resultados desde a sua criação em 2009. O líder do partido e candidato presidencial obteve apenas 270.413 votos, muito menos do que os 314.759 que obteve em 2014 ou aos 340.579 da primeira vez que concorreu à Ponta Vermelha. Na Assembleia da República o partido perdeu 12 deputados, terá somente 6 comparativamente aos 17 da Legislatura que terminou e aos 8 que elegeu em 2009.