Os vizinhos da baixa da cidade de Maputo têm sido nesta edição do Moçambola protagonistas de um campeonato superantagónico. É que enquanto a destemida equipa tricolor se isola na liderança, o Desportivo de Maputo complica a sua situação na zona da despromoção. O clube do Chibuto e o Ferroviário de Maputo, os senhores da primeira volta, continuam em queda livre.
No clássico mais aguardado da jornada, o Ferroviário de Maputo não conseguiu vencer o Costa do Sol e consentiu um empate que isolou o Maxaquene na liderança do campeonato. Já no outro jogo importante da jornada que teve o Chiveve como palco, a locomotiva da Beira esquartejou sem pudor os fabris da Manga por 3 a 0.
A equipa de Nacir Armando até entrou no jogo disposta a vencer mas já na hora de finalizar, os seus avançados demonstraram alguma lacuna no detalhe “pontaria”. Ao nono minuto, Clésio foi exemplo disso ao atirar o esférico ao lado da baliza mesmo diante do guarda-redes Gervásio. Aliás, numa clara inversão dos papéis, cinco minutos mais tarde, o ponta de lança Luís viu as malhas laterais receberem o esférico que podia ter terminado no fundo da baliza.
A partida prosseguiu intensa e muito bem disputada na zona intermediária. Tudo o que as duas equipas procuravam era uma forma de jogar ao ataque. Entretanto, foi a equipa locomotiva que ao minuto 42 abriu o no marcador por intermédio de Luís. E ainda durante os festejos pelo primeiro golo, a um minuto do intervalo, o público locomotiva viu a trave negar o segundo a Luís.
No retomar do confronto, o Costa do Sol entrou transfigurado e Diamantino Miranda, numa atitude bastante ousada, fez entrar Manuelito II no lugar de um central, para dar mais força à zona intermediária. A equipa canarinha, apesar da desvantagem, arriscou ao continuar com menos defesas e mais meio-campistas, o que lhe podia ter sido fatal caso o Ferroviário tivesse a inteligência suficiente para desestabilizar.
A bola teimou em não sair do meio-campo e foi depois de um lance perigoso que podia ter gerado o segundo tento que a turma locomotiva tirou o pé do acelerador. A segunda parte prosseguiu só com o Costa do Sol a ensaiar uma melhor forma de penetrar na grande área do adversário.
Contudo, quando finalmente conseguiu furar, Rúben sofreu uma falta do guarda-redes Kampango num momento em que precisava apenas de encostar a bola no fundo das malhas. O árbitro assinalou o castigo máximo e Eboh, chamado a cobrar, fê-lo com mestria lembrando-nos o último jogo da Taça de Moçambique que terminou com as grandes penalidades muito bem marcados pelo Costa do Sol.
Maxaquene já repousa na liderança
A verdade desportiva manda dizer que o Maxaquene não esperou por ninguém para conservar a liderança do Moçambola nesta jornada 17. Pelo contrário, a equipa tricolor fez o seu trabalho e ainda precisou de pular o muro para entrar no campo do Chibuto e amealhar os três pontos.
A equipa da casa dominou por completo a primeira parte do jogo e foi quem infligiu muito sofrimento aos centrais da equipa tricolor. O Maxaquene, por sua vez, não conseguiu durante o primeiro tempo fazer o que mais bem sabe: desenvolver saídas rápidas de contra-ataque. Contudo, e porque no futebol quem não marca sujeita-se a sofrer, na única oportunidade que o Maxaquene teve de atacar surgiu o golo. O capitão Macamito foi o assinante ao minuto 37.
Já na etapa complementar, o Maxaquene regressou ousado e, diga-se de passagem, que os longos anos de experiência de Arnaldo Salvado se fizeram sentir. É que os pupilos daquele treinador regressaram com vontade de marcar e precisaram de apenas três minutos para Betinho fechar o marcador.
O Chibuto ainda subjugou o Maxaquene mas foi bastante perdulário na hora de finalizar, um trabalho de casa por ser feito pelo treinador Abdul Omar.
Ainda no sábado, as más notícias para as hostes alvinegras chegaram de Nampula onde o Ferroviário de Pemba conquistou a primeira vitória numa reviravolta espectacular. O Desportivo de Maputo foi dominador em todos os sentidos mas saiu ao intervalo a vencer por 1 a 0, com golo de Dário Monteiro, ao minuto 37.
O volte-face surgiu na segunda metade do jogo com o despertar do Ferroviário de Pemba e teve dois momentos:
– Ao minuto 50 quando Vivaldo passou por dois centrais alvinegros e de fora da grande área atirou uma bomba para o fundo das malhas;
– E, à passagem do minuto 56, quando o guarda-redes alvinegro Jaimito resolveu brindar Binó com um frango que encerrou o resultado.
Quadro completo de resultados:
Ferroviário de Pemba 2 – 1 Desportivo
Maxaquene 2 – 0 Chibuto
Ferroviário da Beira 3 – 0 Têxtil de Púnguè
HCB de Songo 1 – 0 Vilakulo FC
Ferroviário de Maputo 1 – 1 Costa do Sol
Ferroviário de Nampula 1 – 0 Chingale
Liga Muçulmana 1 – 0 Incomáti
A classificação está assim ordenada:
| EQUIPA | J | V | E | D | GM | GS | DG | P | |
| 1º | Maxaquene | 17 | 10 | 6 | 1 | 20 | 8 | 12 | 36 |
| 2º | Ferroviário de Maputo | 17 | 10 | 2 | 3 | 22 | 15 | 7 | 32 |
| 3º | Vilankulo FC | 17 | 8 | 5 | 4 | 14 | 7 | 7 | 29 |
| 4º | Ferroviário da Beira | 17 | 6 | 9 | 2 | 19 | 14 | 5 | 27 |
| 5º | Costa de Sol | 17 | 6 | 7 | 4 | 24 | 20 | 4 | 25 |
| 6º | HCB de Songo | 17 | 7 | 4 | 6 | 12 | 10 | 2 | 25 |
| 7º | Ferroviário de Nampula | 17 | 7 | 3 | 7 | 14 | 15 | -1 | 24 |
| 8º | Clube de Chibuto | 17 | 6 | 5 | 6 | 17 | 14 | 3 | 23 |
| 9º | Liga Muçulmana | 17 | 6 | 5 | 6 | 16 | 13 | 3 | 23 |
| 10º | Têxtil de Púnguè | 17 | 6 | 2 | 9 | 13 | 21 | -8 | 20 |
| 11º | Incomáti | 17 | 4 | 7 | 6 | 14 | 14 | 0 | 19 |
| 12º | Chingale de Tete | 17 | 3 | 10 | 5 | 15 | 13 | 2 | 18 |
| 13º | Desportivo de Maputo | 17 | 3 | 5 | 9 | 11 | 21 | -10 | 14 |
| 14º | Ferroviário de Pemba | 17 | 1 | 3 | 13 | 8 | 32 | -24 | 6 |
Próxima jornada:
Costa do Sol – Ferroviário de Nampula
Vilankulo FC – Clube do Chibuto
Desportivo de Maputo – Liga Muçulmana
Chingale de Tete – Incomáti
Têxtil de Púnguè – Ferroviário de Maputo
Maxaquene – Ferroviário da Beira
Ferroviário de Pemba – HCB de Songo

