Autoridades da Mauritânia prenderam o chefe de inteligência de Muammar Khaddafi e o seu braço direito, Abdullah al-Senussi, enquanto ele entrava no país com um passaporte falso, disse a agência de notícias da Mauritânia neste sábado.
Senussi, que por décadas antes da queda do ditador inspirou medo e ódio em civis líbios, é procurado pela Corte Penal Internacional de Haia sob a acusação de crimes contra a humanidade. A sua prisão dará fim a meses de incerteza sobre o seu paradeiro.
A agência de notícias oficial da Mauritânia, AMI, disse que Senussi foi preso nas últimas horas de sexta-feira enquanto chegava ao aeroporto na capital do país do Oeste da África, Nouakchott, num voo regular que partiu de Casablanca, no Marrocos. A agência disse que ele era portador de um passaporte falso de Mali.
O porta-voz do governo líbio, Nasser al-Manee, confirmou numa coletiva de imprensa a prisão de Senussi. A Mauritânia não é signatária do tratado que governa a Corte Penal Internacional. Autoridades não puderam ser contatadas para comentar o que seria feito com Senussi, o ultimo personagem remanescente do regime de Khaddafi.
Senussi é acusado de ter tido um papel importante no assassinato de mais de 1,2 mil presos na prisão de Abu Salim, em Trípoli, em 1996. Foi a prisão de um advogado dos parentes das vítimas que provocou a revolta líbia na Primavera Árabe em fevereiro no ano passado.
A Corte Penal Internacional acusou Senussi e o filho de Khaddafi, Saif al-Islam, de serem “co-autores indiretos” de assassinato e perseguição.