Alguns bairros das cidades de Maputo e da Matola estão a consumir água turva há mais de uma semana, alegadamente porque a empresa Águas da Região de Maputo está a realizar trabalhos que visam garantir que o precioso líquido chegue aos consumidores com qualidade desejável. Entretanto aumentam os casos de doenças potencialmente causadas pela falta de qualidade da água como são os casos de diarreias agudas e cólera, ante o silêncio das entidades responsáveis pelo fornecimento da água potável.
No distrito de Boane, a água do rio Umbelúzi, à qual a população de algumas localidades recorre para o consumo, está igualmente turva em resultado das inundações. Aliás, no último domingo (16), uma carrinha com a matrícula ADR 640 MP e descarregou lixo numa das margens do mesmo rio
Relativamente à turva e sem pressão, os clientes das Águas da Região de Maputo receiam que o problema esteja associado às inundações na zona sul de Moçambique, em particular à subida do caudal do rio Umbelúzi.
Sobre este assunto, O @Verdade contacto José Maria Adriano, da empresa Águas da Região de Maputo, o qual pediu que lhe enviássemos as perguntas por correio electrónicos para esclarecimentos. Contudo, há uma semana que ele não responde nem reage aos nossos telefonemas.
Enquanto isso, pese embora haja aumento das fontes de abastecimento, metade dos 23 milhões de moçambicanos ainda não tem acesso à água e o Governo indica que, até Dezembro de 2013, existiam, em todo o país, 23.245 sistemas operacionais, contra as 19.034 que estavam planificadas.
De acordo com o Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH), na zona rural há mais gente sem água e saneamento digno, particularmente latrinas. Para minimizar o problema, em 2013, foram construídas 401.934 latrinas, das quais 289.935 (71porcento) tradicionais e 114.999 (29 porcento) melhoradas.
Apesar desse número de latrinas pouco ou quase nada mudou na vida da população beneficiária porque as infra-estruturas erguidas tem um padrão muito abaixo do nível de serviço mínimo desejado. Ainda sobre o abastecimento de água, no meio urbano foram efectuadas 51.998 novas ligações domiciliárias, contra as 45.728 planificadas, as quais beneficiaram 307.990 pessoas.
Na semana passada a médica chefe da Direcção de Saúde de Cidade de Maputo, Alice de Abreu, tornou público que entre Janeiro e Fevereiro foram registados 6.700 casos de diarreias na região de Maputo, dos quais 3.200 crianças de zero a quatro anos de idade, 1.000 menores de cinco a 14 anos de idade e 2.400 pessoas com mais de 15 anos de idade.