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Selo: Maputo, 125 anos de envolvimento

Sr. Director,

Permita-me antes de mais saudar toda a massa laboral que diariamente possibilita que este informador chegue às mãos dos leitores, aos meus concidadãos e, em particular, aos sacrificados compatriotas residentes desta capital em festa. As minhas cordeais saudações ao povo moçambicano do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico.

10 de Novembro de 2012, Maputo está em festa pelos seus 125 anos de elevação a Categória de Cidade

Por estas vésperas, é habitual ouvirmos discursos de Crescimento, Desenvolvimento, Visão num futuro prospero, etc etc., todo este aparato de bla bla bla levado a cabo pela edilidade e demais personalidades deste cordão umbilical.

Senhores, reflicto os 125 anos de Maputo como sendo anos de ENVOLVIMENTO.

Noção de envolvimento: “Alguns entendem-o como a importância percebida pelo produto. Contudo, fica a dúvida se tal importância é capaz de representar riqueza de relacionamentos. Outros definem-o simplesmente como o interesse por um determinado produto, mesmo que contenha a componente afectiva e a utilitária. Em suma, a ideia de envolvimento nada mais é do que uma adopção sofisticada do conhecido conceito de RISCO PERCEBIDO, desenvolvido em marketing nos anos 60”.

Moçambique como um todo, Maputo no caso vertente, assume esta postura sob os auspícios da actual Edilidade e Governo.

O envolvimento em projectos (Casas de Intaka, Requalificação dos Bairros, Estrada Circular, etc.), só para citar alguns exemplos de risco que são assumidos em nome do país sob pretexto do provimento do bem estar popular.

São dívidas nas quais nos mergulham como um todo visando beneficiar uma minoria partidária. Sublinho “Minoria Partidária”. Lembrar a “todos” moçambicanos que o país vive de decisões unilaterais por culpa nossa que delegamos na plenitude as nossas liberdades a mercê dos camaradas que hoje não nos dão ouvidos e viemos chorar sobre o leite por nós derramado.

Quando nos vendem os seus manifestos eleitorais em momento algum sublinham que nos vão remover das nossas zonas de residência para afastar-nos cada vez mais do acesso às mínimas condições (ainda que precárias) da vida na urbe (saúde, transporte, educação, vias de acesso, centros de emprego,…), percebe-se aos olhos do observador atento que vivemos numa situação de um Partido que é rico do que o Estado (Ex: mobilização de fundos para o X Congresso e jamais para o Orçamento Geral do Estado assistimos tal empenho/engenharia de colecta).

09 de Novembro de 2012, maputenses convocados a celebrar na praça do “homem do povo” com continuidade no festivo dia 10

Celebremos sim, porém, para que tal celebração seja factual, ousemos dar ouvidos ao povo que dia-pós-dia é sacrificado pelas vossas decisões de vender o país. Hoje fomos buscar um dinheiro que não temos para construir a circular, mas isto não pára por ali, para quem está bem informado é do seu conhecimento que construída a circular passaremos para a outra fase (já correm inquéritos para tal).

Senhores, nos próximos tempos Maputo vai ser habitado por um número menor de maputenses tal como acontece em Luanda e demais cidades capitais mundo a fora.

Todo esse aparato de investimentos, mesmo envolvendo demais artérias da capital visa o mesmo que assistimos hoje, acesso rápido ao interland/metropole, isto é, continuamos a dar sentido ao teor centralizado dos bens e serviços.

Porque é que não acompanham estes investimentos a descentralização e desconcentração dos bens e serviços? Moçambique continua sendo Maputo e, deste modo espero não termos que viver situações como a vivida hoje no Sudão.

Termino fazendo um apelo aos Jovens que perfazem o maior número de habitantes neste país: meus caros, a diferença começa connosco, digamos não aos relacionamentos ocasionais e trabalhemos juntos em prol de um Moçambique para todos Saudável e livre do HIV/SIDA. Saúde é o que interessa e o resto não tem pressa.

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