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Manifestantes no Cairo pedem eleições e mantêm choque com a polícia

Os manifestantes a favor da antecipação das eleições presidenciais e da saída dos militares do poder atiraram pedras contra os policiais que protegiam o Ministério do Interior do Egito, este Domingo. A polícia retribuiu com gás lacrimogêneo. Foi o quarto dia de conflitos do lado de fora do ministério, nos quais sete pessoas já morreram.

Os manifestantes acusam o ministério pela morte de 74 pessoas depois dum jogo de futebol, na cidade de Porto Said. Alguns manifestantes acreditam que os remanescentes do governo derrubado de Hosni Mubarak estão por trás da violência no jogo de futebol, disputado, Quarta-feira passada. Eles vêem a tragédia como parte duma conspiração para provocar o caos.

Assim, os aliados de Mubarak voltariam a ter influência.  Os políticos e um conselho civil consultivo sugeriram adiantar as eleições presidenciais para Abril ou Maio. Elas estão previstas para Junho no cronograma militar de transição.

Os militares tomaram o poder depois da saída de Mubarak. Os policiais e os manifestantes, alguns com bandeiras do Al Ahli, uma das equipas do jogo da Quarta-feira, jogaram pedras uns contra os outros. A polícia disparou gás lacrimogêneo para afastar os manifestantes do ministério.

“A exigência é que o Exército deixe o poder e dê eleições imediatamente”, afirmou Waleed Saleh, de 30 anos, advogado e activista.

Tragédia

Há muita especulação sobre as causas da tragédia no estádio de futebol, a pior na história do Egito. O ministro do Interior responsabilizou as provocações dos torcedores, apesar de reconhecer que houve problemas de segurança.

Os manifestantes acusam a polícia de permitir e mesmo provocar a violência. “Aquelas pessoas são a razão das mortes em Porto Said”, afirmou Mahmoud Gaber, de 25 anos , apontando para as linhas policiais, momentos antes de se iniciar os disparos de gás lacrimogêneo.

Muitos estão irritados porque a polícia continua com as táticas truculentas da era Mubarak. O ministro do Interior, Mohamed Ibrahim, defendeu, porém, a acção da polícia.

Muitos egípcios estão cada vez mais preocupados com as turbulências políticas e os conflitos. Alguns vêem os militares como a única instituição capaz de evitar que o país viva o completo caos.

Waleed al-Hakim, por exemplo, reclamava: “Esses não são manifestantes, são marginais”. “Somos manifestantes pacíficos, e eles estão a lançar gás contra nós. O que fizemos contra eles?”, indagou um rapaz com um cachecol enrolado na face.

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