Milhares de pessoas saíram às ruas da França, esta Quarta-feira, para protestar contra as medidas de austeridade na Europa, mas no resto do continente a adesão foi baixa.
Na Grécia, país mais afectado pela crise no continente, poucas centenas de pessoas participaram dos protestos.
Em Bruxelas, cerca de 450 manifestantes foram até à frente do edifício Justus Lipsius, cenário da cúpula de Quinta e sexta-feira da União Europeia, na qual os governantes devem assinar um pacto de responsabilidade fiscal.
Em Paris, cerca de 9 mil pessoas saíram em passeata do bairro da Bastilha sob um cartaz que dizia “Já basta”, condenando as medidas restritivas adoptadas nos últimos meses por vários países.
“Estamos a dizer aos líderes: “Vocês não podem seguir avante com a integração europeia consultando tão pouco os sindicatos e, mais amplamente, o povo”, disse Bernard Thibault, dirigente da poderosa central sindical francesa CGT, à Reuters TV.
Ele disse que o novo tratado da UE “institucionaliza a austeridade”. Houve manifestações com milhares de pessoas também nas cidades francesas de Marselha, Nantes e Bordeaux.
Mas as duas principais centrais sindicais do país foram divididas para essa jornada, e a interrupção dos serviços públicos foi bem limitada.
Dois terços dos comboios de subúrbio na Grande Paris e três quartos dos comboios regionais no país inteiro circularam, segundo a estatal ferroviária SNCF.
A central sindical CFDT não aderiu ao protesto para evitar um uso político na campanha para as eleições presidenciais de 22 de Abril.
Nos demais países europeus, o movimento não decolou. Em Bruxelas, além do protesto no prédio da UE, entre 1.000 e 2.000 pessoas fizeram uma manifestação junto ao Banco Central, segundo a polícia.
“A nossa mensagem precisa de chegar até amanhã (quinta-feira)”, disse à Reuters Bernadette Segol, secretária-geral da Confederação Europeia de Sindicatos.
“Precisamos de convencer cada governo de que um rumo diferente é necessário.” O novo tratado terá a adesão de 27 dos 25 países da UE, a Grã-Bretanha e República Tcheca não aderiram.
Na Grécia, onde as medidas de austeridade determinadas pela UE e o FMI devem levar o país ao seu quinto ano de recessão, poucas centenas de pessoas estiveram à frente do Parlamento antes de serem dispersadas pela chuva e granizo.
Na Itália, os sindicatos parecem ter ignorado a convocação, e na Espanha os protestos foram ofuscados por manifestações estudantis que reuniram dezenas de milhares de pessoas em todo o país contra cortes no orçamento da educação.