O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, atribuiu nota positiva aos progressos registados pela província central de Manica nas diversas frentes de luta contra a pobreza, com maior realce para os domínios da agricultura e ciência e tecnologia.
Guebuza reconheceu o facto na conferência de imprensa havida, na tarde da quarta-feira, em Nhacolo, sede do distrito de Tambara, última etapa da visita quatro dias a província de Manica, onde escalou igualmente a cidade de Chimoio e os distritos de Manica e Macossa.
‘Manica está a participar activamente na luta contra a pobreza e falo assim de maneira consciente’, disse o Chefe de Estado, apontando, a título de exemplo, os resultados encorajadores que a província está a registar nos domínios da agricultura e ciência e tecnologia.
Nas visitas aos distritos contemplados no périplo de Guebuza, ficou bem saliente o crescimento qualitativo e quantitativo dos níveis de produção agrícola, demonstrado nas feiras realizadas pelos produtores e comerciantes para expor as potencialidades que Manica detém e podem conduzir ao alívio da pobreza.
Nas mesmas feiras, os produtores em parceria com várias associações, também expunham produtos de elevado valor na aplicação doméstica e semi-industrial, feitos de material local,que podem ter utilidade para as famílias tanto de Manica quanto do país, porquanto alguns são ainda importados do exterior.
Ainda quarta-feira, o estadista moçambicano orientou um concorrido comício no Posto Administrativo de Nhacafula, no longínquo distrito de Tambara, cerca de 400 quilómetros da cidade de Chimoio, capital provincial, onde interagiu com os milhares de residentes que acorreram ao local.
Tambara é um distrito cujas características climáticas são meramente semi-áridas e tem sofrido fortemente os efeitos da estiagem, sendo a grande salvação dos camponeses o recurso as culturas residentes bem como tolerantes a seca.
O distrito, com níveis de pobreza bem visíveis, porquanto foi muito afectado pela guerra dos 16 anos, está a nível da província na lista daqueles que ainda não estão ligados a rede eléctrica nacional como são os casos de Macossa e Machaze, dependendo da rede gerador.
A semelhança do que aconteceu nas outras escalas do presidente, os residentes de Nhacafula não só elogiaram o trabalho que Guebuza está a realizar na luta contra a pobreza, mas também apresentaram as suas preocupações, cuja resposta pode aliviar a pobreza.
No domínio das vias de acesso, por exemplo, os residentes pediram ao presidente para garantir que a asfaltagem da estrada que leva aquele posto administrativo e colocada uma ponte sobre o rio Mwire, que na época chuvosa corta, por completo, o acesso.
No capítulo da educação, os residentes pediram a introdução do ensino secundário do 2º ciclo e a construção de um internato para os alunos de outros postos e localidades que vem frequentar o ensino secundário do 1º ciclo.
Aliás, a medida, segundo os residentes, seria forma de acompanhar o crescimento que o distrito de está a assinalar. As mulheres pediram mais incentivos na educação, porque acreditam que ela vai, sem a menor sombra de dúvida, ajudar a acabar com os casamentos prematuros e as filhas educadas vão, no futuro, auxiliar as suas mães.
Os alunos idos de várias localidades e postos a fim de prosseguir com os estudos têm sido, bastas vezes, forçados a despender o dinheiro dado pelos encarregados de educação no arrendamento de um lugar para ficar, situação que complica o problema dos alunos.
As telecomunicações são também parte das inquietações levantadas no comício havido em Nhacafula e, para o efeito, pediram a expansão do sinal de telefonia móvel para aquele e outros lugares do distrito para impulsionar o desenvolvimento que há muito aspiram.
O presidente, que não prometeu respostas imediatas, porquanto o objectivo era interagir com o povo sobre as melhores e mais enérgicas formas de acelerar a luta contra, disse, por exemplo, na conferência de imprensa, que no domínio da educação todos os distritos do país têm pelo menos uma escola secundária, embora nem todas com o 2º ciclo.
‘Todos os distritos de Moçambique têm hoje, pelo menos, uma escola secundária, mas nem todas têm o nível médio. Alguns postos administrativos também têm escolas secundárias, por isso acredito que estamos no caminho certoo nessa área’, disse Guebuza.
O maior problema nível da educação, segundo Guebuza, tem a ver com a formação técnico profissional e se o país conseguisse ter pelo menos em cada distrito, uma escola técnico profissional daria um salto impressionante no desenvolvimento nos próximos 10 anos.
Todavia, uma vez que a batalha contra a pobreza é feita por todos e por cada um dos moçambicanos é, segundo o presidente, necessário ‘juntarmos as nossas cabeças para acabar com a pobreza’.
Guebuza prossegue, esta quinta-feira, a Presidência Aberta e Inclusiva na província central de Tete, que vai iniciar no distrito de Angónia, seguindo os distritos de Chifunde, Zumbo e Cidade de Tete.