Meninas e Meninos, Senhoras e Senhores, Avós e Avôs
O Mamparra desta semana é dividido por dois ilustres merecedores. O líder da Renamo, Afonso Dlakhama, e o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Jorge Khálau. Homens de linguajar algumas vezes belicista, muitas vezes por cima da lei, não estiveram fáceis esta semana.
Dlakhama ressurgiu dos seus ‘escombros’, em Nampula, com a pomposa chegada a Quelimane, capital da Zambézia, onde alegadamente vai reunir a Comissão Política do seu partido, com ameaças mamparras que já não têm espaço e nem razão de ser. O mamparra do líder da oposição ameaça impedir a realização de eleições nos próximos anos, se não forem satisfeitos os seus apetites na revisão eleitoral.
Num momento em que o país celebra 20 anos doo Acordo Geral de Paz (AGP), ele perde uma soberana oportunidade de marcar um passo, quando começa a ameaçar boicotar processos eleitorais perante o crescimento do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que tem estado a saber preencher os mesmos. Para o mamparra do líder da Renamo, “Aquilo é uma fantochada, não é nada. O que é o MDM? São uns miúdos que eram da Renamo e que eu, o Dlakhama, ensinei”.
E para não variar, o comandante-geral da Polícia e a instituição quase que no seu todo voltaram a subir no podium destinado aos mamparras, por uma vez mais prenderem para investigar.
Sim, a nossa polícia prendeu um tal Bakhir Ayoob, ao que se diz, genro do MBS, durante nove dias, após esta ter mantido durante um tempo uma ordem de execução da tal medida para um sábado!!!
Que polícia é esta que acata a execução de mandados ilegais? A quem beneficia esta relutância do Governo em mandar a Polícia de Investigação Criminal para a jurisdição do Ministério Público? Respondam para que não se repitam estes episódios (já cansativos, diga-se) de os garantes da ordem e tranquilidade atropelaram a Constituição.
Sim, porque ainda há poucos meses, ficámos espantados com uma outra mamparrice de Jorge Khálau, quando, de viva voz, perante as câmaras de televisão e para sair bem na fotografia, disse que a polícia não ia obedecer a ordem de “nenhum juiz”!
Felizmente, o Conselho Constitucional veio pôr ordem àquela mamparrice que quase se eternizava na PRM, com um acórdão. E esta não foi uma mamparrice dita por um leigo qualquer, desconhecedor da lei: Khálau é formado em direito.
Estes dois casos de mamparrices merecem uma análise profunda, colectiva, por gente especializada em tratar com frieza este tipo de casos. Dhlkama há muito que se abalou da capital do país com destino a Nampula por razões que só ele sabe. Khálau há pouco tempo esteve em Nampula.
Será que eles combinaram que iriam subir juntos ao podium do mamparra?
É que já dá para desconfiar desta tamanha coincidência, que bateu de longe outros candidatos saídos há dias dum congresso em Pemba.
Mamparra, mamparra e mamparra.
Até para a semana!