O líder da junta Mali, disse neste sábado que a transferência de poder acordada com países vizinhos deverá ocorrer em questão de dias, com a nomeação de um governo interino de unidade nacional.
O golpe de 22 de Março por soldados descontentes mergulhou o país do Oeste Africano no caos e encorajou os rebeldes tuaregues, que declararam um estado independente no norte do Mali.
Países vizinhos do Mali, que criticaram ferozmente o golpe militar, disseram que governo precisará recuar antes que possa ajudar a combater os rebeldes.
Na sexta-feira o conselho anunciou que havia concordado em começar a entrega do poder em troca do fim das duras sanções ao comércio entre outras. “É a vontade da comissão (junta) seguir rapidamente para a transição”, disse o capitão Amadou Sanogo no quartel militar fora da capital de Bamako, que foi a sede do governo nestas duas semanas.
“Nos próximos dias você vai ver um primeiro-ministro e um governo no local”, Sanogo, disse numa entrevista à Reuters, à France e ao canal espanhol Telesur.
Um acordo de cinco páginas consentido por Sanogo e os 15 Estados do bloco regional de nações do Oeste Africano (Ecowas) para o regresso à ordem constitucional não especifica quando se iniciaria a entrega. O acordo prevê que o presidente deposto Amadou Toumani Toure, que ainda está na clandestinidade, renuncie.
A junta de Sanogo deve então abrir caminho para um governo de unidade com o porta-voz do parlamento do Mali, Diouncounda Traore, como presidente interino. Novas eleições se seguiriam então, o mais cedo possível dada a generalizada falta de segurança no norte do país, onde os tuaregues se apossaram, acompanhados por grupos de islâmicos que têm ligações com a Al Qaeda.
Sanogo, vestido com uniforme de combate e mostrando sinais de cansaço depois de três dias de intensas negociações, pediu aos países do bloco para ajudar o exército do Mali com a logística e transporte em vez de mandar tropas terrestres como vem sendo discutido.
“O Exército do Mali ainda precisa de ajuda na logística e suporte aéreo, e não de tropas terrestres, para nos ajudar a resolver o problema de segurança no norte do Mali”, disse Sanogo. “Nós temos que sentar e conversar. Se eles querem nos ajudar, devem estar de acordo com nossas necessidades “, acrescentou.