O governo de Maldivas realizou este sábado uma reunião ministerial embaixo d’água, um acontecimento sem precedentes destinado a chamar a atenção para os efeitos do aquecimento global que ameaça esse arquipélago do Oceano Índico.
O presidente Mohamed Nasheed foi o primeiro a entrar na água, como indica o protocolo, seguido de seus ministros com roupas mergulho. Cerca de dez ministros se posicionaram a seis metros de profundidade em torno de uma mesa em forma de ferradura. Em seguida, adotaram simbolicamente uma resolução que pede uma ação mundial para que se cumpram os objetivos de redução das emissões de CO2.
Os ministros, que treinaram durante dois meses, foram acompanhados por seus instrutores para essa atividade submarina organizada próximo à ilha de Girifushi, a 25 minutos de barco de Malé, capital do arquipélago. “Temos que obter um acordo em Copenhague que permita a sobrevivência de todo o mundo”, declarou o presidente de 42 anos ao retornar à superfície.
Uma elevação de apenas um metro no nível do mar deixaria o recife de corais composto por 1.192 ilhas quase totalmente submerso, o que tornou esse destino exótico favorito de turistas ricos um dos maiores símbolos da luta contra as mudanças climáticas.
Em 2007, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) advertiu que um aumento do nível do mar de 18 a 59 cm até 2100 seria suficiente para que a ilha ficasse inabitável.