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Malawi diz que está a ficar prejudicado

Agrimensores e outras fontes do Malawi dizem que o país está a perder “grandes pedaços de terreno” no processo de delimitação de fronteiras com Moçambique que deverá ficar concluído em 2013.

A edição do passado fim-de-semana do jornal do Malawi ‘The Nation’ afirma que um dos locais “mais afectados” é o distrito de Mongochi, que faz fronteira com a província moçambicana do Niassa.

“Os moçambicanos estão a delimitar o terreno mesmo antes de os dois países chegarem a um acordo mútuo, sob o pretexto de um projecto florestal”, acusa o jornal.

“Desde o momento que iniciámos o exercício de reafirmação (de fronteira) os moçambicanos seguem as nossas pegadas e plantam árvores ao longo da linha de delimitação”, acusou o agrimensor Danfor Masamba, que diz ter sido preso temporariamente pelas autoridades de Moçambique.

O jornal acrescenta que quatro aldeias, com 100 famílias camponesas, ocupando uma área de 200 hectares, já passaram para o lado moçambicano durante o processo.

“Apesar do que se está a passar, o Governo (do Malaui) continua a dizernos que não perdemos terrenos para Moçambique e que a decisão sobre as fronteiras será tomada após os dois governos se reunirem, mas nós nem sabemos quando isso ocorrerá”, queixa-se um dos aldeões, citado pelo jornal.

O Malaui, com uma área de 94.080 quilómetros quadrados para 14 milhões de habitantes, mantém também negociações de delimitação fronteiriça com Tanzânia e Zâmbia.

Nos últimos anos, uma série de incidentes arrefeceu ainda mais as relações entre Moçambique e Malaui, que têm sido marcadas por uma grande desconfiança mútua.

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