Algumas horas após o Presidente Filipe Nyusi apontar o sector energético como uma das prioridades do seu Governo a capital de Moçambique registou mais uma apagão. De acordo com um porta-voz da Electricidade de Moçambique(EDM), em declarações à Rádio Moçambique, este novo apagão, que afecta vários bairros de Maputo, Matola e Inhambane desde a meia noite, deveu-se a uma avaria numa das sub-estações localizada no município da Matola.
Frequentes cortes de energia são registados em todos centros urbanos do país, quase todos os dias. Na ausência de uma entidade independente que verifique as causas destes apagões é visivel a degradação das infra-estrutura de transporte e de distribuição de energia em grande medida devido a falta de manutenção e ao cresmento do número de consumidores que ultrapassa a quantidade de corrente eléctrica disponível.
Desde há um mês as províncias de Manica e de Sofala sofrem longas restrições de fornecimento de energia, que devem durar até 2016, segundo a EDM decorrem trabalhos de reabilitação das Barragens de Chicamba e Mavuze, que fornecem energia eléctrica à aquelas regiões do centro de Moçambique.
Segundo um estudo do Centro de Integridade Pública, do ano passado, a empresa monopolista do fornecimento de energia em Moçambique “deixou de prestar serviços que lhe competem, e passou a funcionar como uma rede ou agência de concessão de empreitadas, que servem os interesses da elite política. Exemplo disso são os simples trabalhos de substituição de cabos eléctricos e electrificação cedidos a empresas de antigos dirigentes e desta forma despendo mais dinheiro desnecessariamente. A falta de transparência e de integridade nas actividades desenvolvidas pela EDM serve de fonte de negócio para as elites políticas do país. “
De acordo com o referido estudo a qualidade da energia fornecida pela EDM é má e “as tarifas energéticas estão entre as mais altas da região” apesar de ser o segundo maior produtor de energia da África Austral.
Esta quarta-feira(25), num encontro em Maputo com gestores e responsáveis do sector de energia, o chefe de Estado moçambicano afirmou que o País deve encontrar as melhores formas de produzir a energia para consumo interno e exportação.
“Temos de partilhar ideias sobre que tipo de energias temos, como devemos produzir para o nosso próprio consumo e para vender, através da exportação”, realçou Filipe Nyusi, ressalvando que o país dispõe de várias potencialidades no sector e apontou os recursos hídricos, carvão e gás como as fontes energéticas que podem trazer uma mais-valia à economia e industrialização de Moçambique, bem como ajudar na promoção do progresso social.