Milhares de mulheres moçambicanas estudam, na melhor das hipóteses, até a oitava classe e desistem devido a vários, tais como a distância entre os estabelecimentos de ensino e as áreas residência, o ambiente escolar que tem reduzido o interesse da rapariga em relação à instrução, o assédio sexual, a gravidez precoce e os casamentos prematuros, segundo Frédérique de Man, embaixadora do Reino dos Países Baixos, que falava esta quinta-feira (27), em Maputo, na abertura da Conferência sobre Equidade de Género no Ensino Superior.
De acordo com ela, por causa destes problemas, apenas 20 porcento das raparigas concluem o ensino secundário, o que significa que as fragilidades estruturais a nível primário e secundário condicionam directamente a participação da mulher no superior.
Perante esta situação, que constitui, de todo em todo, um obstáculo para o progresso das mulheres, Frédérique de Man considera necessário envidar esforços no sentido influenciar a rapariga a decisão sobre o seu futuro recorrendo à escola.
Por sua vez, o vice-ministro da Educação, Arlindo Chilundo, disse que a participação feminina no ensino superior continua a ser um desafio para o país. O numero de mulheres neste grau de ensino subiu de 41.553, em 2010, para 52.537, em 2013, o que representa um crescimento de cerca de dois por cento.
Sobre esta evolução, Frédérique de Man disse que “nesta perspectiva podemos considerar as mulheres que estão no nível superior como vencedoras” por terem superados as barreiras acima referidas. Todavia, ainda é preciso “criar condições para que esta conquista seja efectiva e uma realidade para mais mulheres”.