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Mais dois infectados pelo novo coronavírus nas instalações da Total; pandemia da covid-19 pode durar 2 anos e meio em Moçambique

Mais dois infectados pelo novo coronavírus nas instalações da Total; pandemia da covid-19 pode durar 2 anos e meio em Moçambique

Grafismo de Nuno TeixeiraDois novos infectados pela covid-19 foram diagnosticados nesta quarta-feira (22), são cidadãos sul-africanos que elevam para 28 os trabalhadores da petrolífera Total com o novo coronavírus em Moçambique. Ao @Verdade o director-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS) explicou que o cenário optimista de 3 milhões de infectados no nosso país “é assumindo que as medidas (como o Estado de Emergência) são implementadas sem incluir quando é que a vacina estará disponível”, durante os 2 anos e meio que a pandemia pode demorar a ser bloqueada.

Após dois dias de resultados negativos a Director Nacional de Saúde Pública anunciou: “Até hoje, 22 de Abril de 2020, em Moçambique, foram testados 1 247 casos suspeitos, dos quais 84 nas últimas 24 horas. Dos novos casos testados 82 revelaram-se negativos dois foram positivos para o coronavírus. Portanto, o nosso país tem, actualmente, 41 casos positivos, sendo 33 de transmissão local e oito importados”.

Foto de Adérito Caldeira“Um dos novos casos positivos é um indivíduo do sexo masculino, de nacionalidade sul-africana, com mais de 50 anos de idade que manteve contacto com um indivíduo positivo em Afungi, na Província de Cabo Delgado. O outro caso positivo é de um indivíduo de nacionalidade sul-africana, com mais de 30 anos de idade que manteve contacto com um indivíduo positivo em Afungi, província de Cabo Delgado”, detalhou a Dra. Rosa Marlene que indicou que os dois novos doentes não apresentam sintomatologia e por isso encontram-se em isolamento no acampamento da petrolífera Total na Península de Afungi, na Província de Cabo Delgado.

São agora 28 os trabalhadores infectados da petrolífera francesa que lidera o projecto Mozambique LNG, de exploração de gás natural na Área 1 da Bacia do Rovuma, e o director-geral adjunto do INS fizeram saber que novos casos poderão ser diagnosticados nos próximos dias “a recepção de amostras que vem de Cabo Delgado será contínua, diariamente iremos receber em função da disponibilidade de voos”.

O @Verdade apurou que Alberto Raul, o cidadão moçambicano que faleceu na cidade alemã de Berlim, era um dos “madjermanes” e antes de contrair o novo coronavírus padecia de diabetes.

3 milhões de infectados “assumindo que as medidas são implementadas mas sem incluir quando é que a vacina estará disponível”

Foto de Adérito CaldeiraQuestionado pelo @Verdade sobre o cenário optimista da pandemia, tornado público nesta terça-feira (21) pelo ministro da Saúde, o Dr. Eduardo Samo Gudo Júnior começou por declarar: “Este cenário optimista é onde as intervenções são implementadas na sua máxima plenitude e na sua máxima eficácia. O cenário pessimista é quando não se implementa nenhuma medida, não implementando nenhuma medida e deixando a epidemia seguir o seu curso natural ao longo do tempo, que obviamente não se aplica para Moçambique, mas é assim que se faz em Saúde Pública, planifica-se para o pior trabalhando para prevenir o pior e esperando o melhor”.

O director-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde esclareceu que: “Temos de entender que como qualquer outra epidemia ela só será erradicada com uma vacina eficaz, os países estão a suprimir a transmissão porque não há uma vacina. Suprimindo a transmissão nós teremos um progresso lento, como estamos assistir em muitos países (Dinamarca, Nova Zelândia, Vietmane) o que nos permite ganhar tempo de modo que apareça uma vacina antes que o país registe um número elevado de casos”.

No entanto chamou atenção que o cenário optimista de um cumulativo de 3 milhões de infectados pela covid-19 em Moçambique só vai acontecer “assumindo que as medidas são implementadas mas sem incluir quando é que a vacina estará disponível”.

Pandemia poderá durar 2 anos e meio e pico atingido entre Janeiro e Fevereiro de 2021

Foto de Adérito Caldeira“Se a vacina estiver disponível quando Moçambique tiver, por exemplo, 10 mil casos (positivos) não iremos chegar ao cenário (dos 3 milhões de infectados), esta é a estratégia científica, suprimir de modo que a vacina apareça antes que o país registe estes 3 milhões de casos num horizonte temporal de 2 anos e meio, esse é um cenário longo, portanto a vacina certamente estará disponível muito antes”, perspectivou o Dr. Samo Gudo.

Ao @Verdade o epidemiologista moçambicano clarificou que o pico da pandemia no nosso país poderá acontecer entre Janeiro e Fevereiro de 2021, altura em que as infecções poderão atingir 65 por cento da população e a transmissão fica bloqueada naturalmente”.

Sem revelar se as medidas que os médicos preconizam para evitar a explosão da covid-19 passam pela prorrogação do Estado de Emergência por mais alguns meses o Dr. Eduardo Samo Gudo Júnior reiterou: “Se todos moçambicanos cumprirem com rigor e responsabilidade as medidas obviamente que iremos para o melhor cenário que temos visto em muitos países, Moçambique se antecipou nas medidas, várias medidas de nível 1 e 2 foram tomadas antes do primeiro caso (positivo). Muitos países esperaram ter casos para tomar medidas. É um facto consolidado que antecipando as medidas, como Moçambique fez, e se todos os moçambicanos cumprirem as medidas obviamente que teremos um cenário melhor”.

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