Estima-se em mais de noventa o número de alunas que professam a religião islâmica que foram, recentemente, proibidas de participar em aulas de diversas escolas públicas da cidade de Nampula, em consequência do uso de véu, vulgo burka.
O Conselho Islâmico, uma das congregações religiosas a que as mencionadas estudantes estão vinculadas, convocou a comunicação social para denunciar aquilo que considera como “discriminação” dos seus associados e “atropelo flagrante” à Constituição da República por parte das escolas por proibirem o acesso às aulas das alunas trajadas de burka.
As escolas secundárias de Nampula, Teacane, Namicopo e 12 de Outubro são as que figuram no topo da lista das que protagonizaram a expulsão das alunas por causa do referido traje.
Abdul Latifo, um dos porta-vozes do Conselho Islâmico, disse que, para além da proíbição do uso de véu, existem casos em que as estudantes são humilhadas.
Entretanto, a situação que tem gerado acesa polémica no seio dos muçulmanos, que a consideram inconstitucional em virtude de o país ser laico, foi já apresentada, para a devida análise, à directora provincial de Educação, Páscoa de Azevedo, e ao governador da província, Felismino Tocoli.
Pois que sustentam que o ministro da Educação foi mal informado ao considerar a burka como um símbolo do islão.