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Mais de 9 milhões enfrentam crise alimentar no Sahel , diz Oxfam

Mais de nove milhões de pessoas em cinco países da região africana do Sahel estão em risco de enfrentar uma crise alimentar no próximo ano, como consequência de um baixo nível de chuvas, colheitas más, alta nos preços de alimentos e uma redução no dinheiro enviado por parentes emigrantes, alertou esta segunda-feira a agência de ajuda humanitária Oxfam.

As populações da Mauritânia, Níger, Burkina Faso, Mali e Chade estão particularmente vulneráveis, pois as reservas nacionais de alimentos estão num nível muito baixo e os preços de alguns cereais essenciais estão até 40 por cento mais altos que a média dos últimos cinco anos.

“A situação alimentar da região é alarmante mais uma vez”, disse Eric Hazard, chefe regional de justiça econômica, em coletiva de imprensa em Dacar, no Senegal. “Estamos hoje numa região onde temos um déficit de cereais de cerca de 2,5 milhões de toneladas.” Em alguns países como o Chade e a Mauritânia, estimativas indicam uma queda na produção de cereais de até 50 por cento, em comparação à produção do ano passado. Hazard disse que a situação mais alarmante está no Níger, onde seis milhões de pessoas – quase metade da população – estão em risco.

No Mali, 2,9 milhões de pessoas vivem nas áreas que podem ser afetadas pela falta de alimentos no próximo ano, enquanto na Mauritânia 700 mil pessoas – mais de um quarto da população – estariam vulneráveis à grave insegurança alimentar.

O Programa Mundial de Alimentos da ONU estima que entre cinco e sete milhões de pessoas são afetadas por uma crise relacionada ao clima e precisam urgentemente de ajuda. Ao menos um milhão de crianças no Sahel correm o risco de estar subnutridas no próximo ano.

O risco tem aumentado por causa da redução no envio de dinheiro por parentes emigrantes após os conflitos na Líbia e na Costa do Marfim, disse Marietou Diaby, vice-diretora da Oxfam no Mali.

A dificuldade da região do Sahel para alimentar sua população tem sido ofuscada neste ano pela crise no Chifre da África, que deixou mais de 13 milhões de pessoas em risco de morrer de fome na Somália, Etiópia, Quênia e Djibuti.

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